ContribuiÃÃo à vigilÃncia da saÃde na cidade do Recife: Estudo das desigualdades de condiÃÃo de vida e de saÃde â 1996 - 2001

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Este estudo partiu da hipÃtese de que a distribuiÃÃo desigual das situaÃÃes de nascimento, da morbidade e da mortalidade na cidade do Recife à influenciada pela heterogeneidade das suas condiÃÃes de vida. Consideraram-se dois importantes aspectos, a determinaÃÃo social do processo saÃde-doenÃa e a importÃncia de se assumir um modelo de intervenÃÃo baseado numa aÃÃo intersetorial, relacionada ao desenvolvimento sÃcioeconÃmico. Seu objetivo foi caracterizar a situaÃÃo de saÃde e de condiÃÃo de vida do Recife, atravÃs de um estudo ecolÃgico, analisando as desigualdades das situaÃÃes de nascimento, de morbidade notificaÃÃo compulsÃria e de mortalidade e sua relaÃÃo com as condiÃÃes de vida, no perÃodo de 1996 a 2001. Para a construÃÃo dos indicadores de condiÃÃo de vida e saÃde, utilizaram-se variÃveis do Censo DemogrÃfico de 2000 (dados populacionais sobre renda, saneamento, educaÃÃo) e dos Sistemas de InformaÃÃo sobre Nascidos Vivos, Agravos NotificÃveis e Mortalidade. A partir da anÃlise fatorial das variÃveis independentes renda, saneamento e educaÃÃo construiu-se um indicador composto de condiÃÃo de vida (IC-CV) para os setores censitÃrios, que foram agrupados, atravÃs da tÃcnica de cluster, em trÃs estratos de condiÃÃo de vida. Os IC-CV dos bairros foram calculados a partir das mÃdias dos seus setores censitÃrios, sendo a seguir tambÃm estratificados. Para a anÃlise da situaÃÃo de saÃde dos bairros, devido ao pequeno nÃmero de eventos de algumas varÃveis dependentes, alguns deles foram agregados ao seu vizinho com maior semelhanÃa de condiÃÃes de vida, resultando em 77 unidades espaciais dos 94 bairros originais. Apenas dois agregados nÃo obedeceram o princÃpio de contigÃidade geogrÃfica. Para os 77 âbairrosâ, realizou-se a anÃlise descritiva dos indicadores, ressaltando-se as desigualdades mediante a amplitude e as razÃes entre a melhor e a pior situaÃÃo observada. Os indicadores de natalidade, morbidade e mortalidade foram correlacionados ao IC-CV, nas unidades espaciais âbairrosâ e estratos de bairros (17 13 unidades), realizando-se a regressÃo linear para aqueles que apresentaram correlaÃÃes estatisticamente significantes. AtravÃs dos eventos sentinela (Ãbitos por tuberculose, Ãbitos maternos, Ãbitos em menores de um ano por diarrÃia, infecÃÃo respiratÃria aguda das vias aÃreas inferiores e desnutriÃÃo e mÃes, de nascidos vivos, que nÃo realizaram prÃnatal), classificaram-se os bairros segundo risco de adoecer e morrer. A existÃncia de bairros com setores censitÃrios nos trÃs estratos de condiÃÃo de vida definidos (Pior, IntermediÃria e Melhor), de espaÃos vizinhos com condiÃÃes de vida extremas (setores censitÃrios e bairros) e de aglomerados subnormais, evidenciaram a heterogeneidade do espaÃo urbano da cidade do Recife. Neste cenÃrio, verificou-se que as piores situaÃÃes de nascimentos foram observadas nos estratos de pior condiÃÃo de vida; a variaÃÃo dos coeficientes de detecÃÃo da dengue, tuberculose e hansenÃase, apresentaram amplitudes de 814,27; 569,68 e 393,94 casos por 100.000 habitantes e a existÃncia de um importante contingente de bairros classificados como de muito alto e alto risco. O comportamento da mortalidade apresentou gradientes de variaÃÃo em funÃÃo do estrato de residÃncia dos Ãbitos. Os resultados do estudo sugeriram que as desigualdades em saÃde no Recife estÃo polarizadas nos diferentes estratos de condiÃÃes de vida

ASSUNTO(S)

saude coletiva eqÃidade socieconomic inequality equity pobreza living conditions desigualdades socioeconÃmicas poverty health inequalities desigualdades em saÃde condiÃÃo de vida

Documentos Relacionados