CONTÍNUO RACIAL, MOBILIDADE SOCIAL E “EMBRANQUECIMENTO”
AUTOR(ES)
Ribeiro, Carlos Antonio Costa
FONTE
Rev. bras. Ci. Soc.
DATA DE PUBLICAÇÃO
09/11/2017
RESUMO
Pesquisas sobre raça no Brasil têm, há bastante tempo, reconhecido que categorias raciais são baseadas em distinções de cores da pele ao longo de um contínuo preto-branco. Contudo, evidências quantitativas sobre desigualdade social são baseadas na dicotomia branco versus não-branco (pardo e preto) ou na categorização em trio (branco, pardo e preto). Esta maneira de utilizar a variável contribuiu para demonstrar os altos níveis de desigualdade racial. Este achado, entretanto, é frequentemente questionado devido a outro aspecto: a alta ambiguidade na classificação racial e a possibilidade de “embranquecimento” com dinheiro ou com mobilidade social ascendente. Se esta última característica é verdadeira, é difícil fazer uma medição de desigualdade social que seja confiável. Para lidar diretamente com este problema, meço o “contínuo de cores da pele” através da combinação de respostas a uma pergunta aberta (de livre escolha para os respondentes) e a uma pergunta fechada (com categorias censitárias) sobre cores da pele. Implementei simulações contrafactuais para avaliar os possíveis efeitos do “embranquecimento com dinheiro” em realizações educacionais, ocupacionais e econômicas.
ASSUNTO(S)
mobilidade social relações de raça classificação racial desigualdade de oportunidades estratificação social
Documentos Relacionados
- Desigualdade racial, racismo e seus efeitos
- Anti-racismo e seus paradoxos: reflexões sobre cota racial, raça e racismo
- As bases afetivas do comportamento político: ressentimento racial, partidarismo negativo e polarização na política americana
- Racial, Ethnic, and Socioeconomic Differences in the Incidence of Obesity Related to Childbirth
- Reflexões sobre a Conferência das Nações Unidas contra o Racismo, a Intolerância Racial, a Xenofobia e a Intolerância Correlata