Conteúdo de Tococromanóis em espécies arbóreas de várzea da Amazônia Central sob condições controladas

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

31/03/2007

RESUMO

Com mais de 1.000 espécies arbóreas registradas, as florestas de várzea são as florestas inundáveis mais diversas do mundo. A vegetação inundável que coloniza estes ambientes está inserida em um gradiente de diferentes níveis de inundação, que definem habitats desde permanentemente aquáticos, nas cotas mais baixas, até totalmente terrestres, nas cotas mais altas. Nestas áreas, a inundação anual média é de 10 m, entretanto, pode alcançar até 15 m de altura, o que, conforme a altura de relevo considerada, corresponde a um tempo de inundação que chega a 270 dias por ano. No presente estudo foi realizado um Screening de vitamina E para 19 espécies arbóreas de várzea, de modo a relacionar o poder antioxidante da vitamina E à posição topográfica ocupada pelas plantas no ambiente natural. Três espécies Perenifólias foram escolhidas para experimento em condições controladas em câmaras climáticas: Garcinia brasiliensis, Laetia corymbulosa e Pouteria glomerata. As condições experimentais foram: 1) inundação artificial gradativa associada à supressão de luz por 120 dias, 2) escuro por 120 dias e 3) seca (umidade relativa de 45% 5%). Os parâmetros investigados foram: o conteúdo de tococromanóis, a fluorescência de clorofila a, a anatomia foliar e a manutenção, a perda e a produção de folhas. Os resultados mostraram que o reservatório de α-tocoferol está mais relacionado à taxa de crescimento das espécies do que à posição das plantas no gradiente de inundação em ambiente natural. O látex de G. brasiliensis possui 7 das 8 formas de vitamina E existentes. No experimento de câmaras climáticas, as maiores taxas de α-tocoferol encontradas foram nas plantas do tratamento seca e da casa de vegetação. A espécie G. brasiliensis mostrou grande conteúdo de δ-tocotrienol, sendo este o segundo registro deste composto ocorrendo naturalmente em folhas. A razão Fv/Fm da fluorescência de clorofila a em nenhum dos tratamentos decresceu abaixo de 0,5. As plantas do tratamento seca ao atingirem valores um pouco abaixo de 0,6 perderam suas folhas. A anatomia das folhas das três espécies mostrou diferenças quando comparadas plantas inundadas por 120 dias com plantas de casa de vegetação. A seca se mostrou, para os parâmetros analisados, o tratamento de maior impacto sobre as plantas, enquanto que sob inundação artificial as plantas se mostraram altamente tolerantes, mantendo as folhas durante todo o experimento. Em todas as situações potencialmente estressantes, testadas para as três espécies, as plantas mesmo mostrando estratégias distintas, conseguiram sobreviver e mostraram rapidez de recuperação ao sair das condições experimentais impostas.

ASSUNTO(S)

tococromanóis tocoferol fluorescência de clorofila espécies arbóreas botanica

Documentos Relacionados