Consumo de vitamina K da dieta e estabilidade da anticoagulação oral crônica com cumarínicos : evidências derivadas de ensaio clínico

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

Introdução: Terapia com anticoagulantes orais tem sido amplamente utilizada em prevenção primária e secundária de eventos tromboembólicos em diversas condições cardiovasculares. O consumo de vitamina K parece ser um dos fatores centrais que influenciam na estabilidade do tratamento com cumarínicos. Poucos estudos até o momento buscaram estudar a relação entre quantidades específicas de vitamina K na dieta e a estabilidade da anticoagulação oral crônica com cumarínicos. Objetivos: Este estudo teve por objetivo avaliar a relação entre o consumo de vitamina K da dieta e a estabilidade do RNI (razão normalizada internacional do tempo de protrombina). Métodos Realizamos subanálise de ensaio clínico randomizado envolvendo pacientes do ambulatório de anticoagulação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com dados de RNI e consumo de vitamina K no momento de entrada no estudo, em 15, 30, 60 e 90 dias após a randomização. Paciente foi considerado estável quando coeficiente de variação (CV) do RNI foi menor ou igual a 10%. Avaliação semiquantitativa do consumo de vitamina K foi derivado de questionário de freqüência alimentar, criando-se escore de consumo, onde os alimentos foram pontuados conforme o conteúdo de vitamina K. Resultados: Estudamos 132 pacientes com 57 ± 13 anos (55% homens) e indicação de anticoagulação por prótese valvular mecânica (58%) ou fibrilação atrial (35%). Foram encontrados 23 (17,4%) pacientes com anticoagulação estável, homogeneamente distribuídos nos 2 grupos (intervenção e controle) do ensaio clínico original. Os pacientes classificados como de anticoagulação estável e não estável apresentavam características clínicas semelhantes entre si, no diz respeito à idade, sexo, comorbidades clínicas, escolaridade, indicações para anticoagulação, RNI basal e dose basal de anticoagulantes. A média de consumo de vitamina K ao longo de todo tempo de seguimento para os pacientes estáveis foi significativamente menor do que para os pacientes não estáveis. Os pacientes com CV do RNI > 10% apresentaram também escores de consumo de vitamina K mais elevados no momento de 30 dias após a randomização (P<0,05). Conclusão: Nossos achados sugerem que pacientes com anticoagulação estável têm consumo de vitamina K menor do que pacientes instáveis.

ASSUNTO(S)

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