Consumo de medicamentos entre idosos residentes em comunidade: um estudo epidemiológico baseado no projeto Bambuí e no inquérito de saúde de Belo Horizonte

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo determinar a prevalência e os fatores associados ao uso de medicamentos entre idosos (60+ anos de idade) na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e na cidade de Bambuí, bem como investigar a associação entre o número de medicamentos consumidos e a disfunção cognitiva na última. participaram do estudo 1.606 idosos residentes em Bambuí (90,6% do total) e 1.777 idosos selecionados aleatoriamente na RMBH. A prevalência do uso de medicamentos foi de 86,1% em Bambuí e de 72,1% na RMBH. Em Bambuí, o uso de medicamentos prescritos esteve associado ao sexo feminino, idade (70+ anos de idade), maior renda familiar, pior estado de saúde e maior número de consultas médicas. O uso de medicamentos não prescritos mostrou-se negativamente associada ao número de consultas médicas e positivamente associada ao sexo feminino e à consulta ao farmacêutico. Em Bambuí, o número de medicamentos consumidos mostrou-se negativamente associado à disfunção cognitiva (OR=0,72; IC95% 0,55-0,95). A análise estratificada pela renda pessoal (<2SM versus = 2SM) revelou uma associação negativa entre o uso de medicamentos e disfunção cognitiva entre os idosos com renda mais baixa (OR=0,64; IC95% 0,48-0,64), mas não entre aqueles de maior renda (OR=1,74; IC95% 0,81- 3,74). Na RMBH, os fatores associados ao consumo de qualquer número de medicamentos foram sexo feminino, idade (80+ anos), ter visitado um médico e apresentar alguma condição crônica. Os resultados do trabalho mostraram que em Bambuí e na RMBH, de maneira geral, os fatores associados ao consumo de medicamentos foram semelhantes aos observados em estudos conduzidos em outros países. Os resultados mostraram também uma associação negativa entre disfunção cognitiva e número de medicamentos consumidos entre idosos bambuienses e que a renda tem um papel importante nessa associação, pois o menor consumo de medicamentos por idosos com disfunção cognitiva no estrato de renda inferior não teve uma correspondência no estrato de renda mais elevado, onde o referido consumo foi maior.

ASSUNTO(S)

uso de medicamentos decs. farmacoepidemiologia decs. idoso decs. polimedicação decs. saúde pública teses. automedicação decs. epidemiologia teses. prescrição de medicamentos decs.

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