Conhecimento, atitudes e práticas sobre tuberculose entre transgêneros na cidade de São Paulo, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Ciênc. saúde coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

05/08/2019

RESUMO

Resumo O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento, as atitudes e as práticas em relação à tuberculose (TB), entre travestis e mulheres transexuais (trans). Trata-se de estudo transversal com amostra por conveniência (n = 124; 58 travestis e 66 trans) realizado na cidade de São Paulo em 2014, com a aplicação do Knowledge, attitudes and practices questionnaire (KAP) adaptado. Calcularam-se as frequências absolutas e relativas para o conjunto das entrevistadas e as comparações entre as distribuições percentuais dos grupos foram realizadas pelo teste Qui-quadrado de Pearson, teste exato de Fisher ou sua generalização, com nível de significância de 5%. A maioria era jovem e não branca. As travestis apresentaram menor escolaridade, referiram mais a passagem pelo sistema prisional e se autodeclararam trabalhadoras do sexo com maior frequência. Pouco mais da metade das entrevistadas tinha conhecimento sobre a gratuidade do tratamento. Neste estudo, o conhecimento sobre a TB mostrou-se modesto, permeado por equívocos associados aos sinais/sintomas e formas transmissíveis e preventivas da doença, que influenciam em suas atitudes e práticas em relação à doença. Os resultados sugerem que as ações de educação em saúde não têm atingido seus objetivos no controle da TB neste subgrupo específico.Abstract The aim of the present study was to evaluate knowledge, attitudes and practices regarding tuberculosis (TB) among transvestites and transsexual women. A cross-sectional study was conducted with a convenience sample (n = 124; 58 transvestites and 66 transsexuals) in the city of São Paulo, Brazil, in 2014 and involved the administration of the Knowledge, Attitudes and Practices questionnaire. Absolute and relative frequencies were calculated for all variables and the comparisons of percentage distributions between groups were performed using Pearson’s Chi-square test, Fisher’s exact test or its generalization, with a 5% significance level. Most participants were young and non-white. Transvestites had lower levels of schooling, reported more passages through the prison system and declared themselves to be sex workers more frequently. Little more than half of the participants were aware that treatment for TB was free of charge. Knowledge on TB was modest, permeated with misunderstandings regarding signs/symptoms, transmission and prevention, which influence attitudes and practices in relation to the disease. The findings demonstrate that health education actions do not achieve their goals in the control of tuberculosis.

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