Conhecimento, atitude e prÃtica de presidiÃrias quanto ao uso do preservativo masculino e feminino / Knowledge, attitude and practice of women prisoners on male and female condoms

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

17/11/2010

RESUMO

Diante da maior vulnerabilidade à aquisiÃÃo de DoenÃas Sexualmente TransmissÃveis (DST)/HIV por mulheres presidiÃrias decidiu-se desenvolver este estudo. Trata-se de uma pesquisa avaliativa do tipo Conhecimento, Atitude e PrÃtica (CAP) de mulheres internas na penitenciÃria feminina do Estado do CearÃ, com os seguintes objetivos: avaliar o conhecimento, a atitude e a prÃtica de presidiÃrias quanto ao uso do preservativo masculino e feminino como medida preventiva Ãs DST/HIV; verificar o perfil sociodemogrÃfico, sexual, reprodutivo e de hÃbitos de vida de presidiÃrias; investigar fatores de vulnerabilidade de presidiÃrias Ãs DST/HIV; associar as variÃveis preditoras com o conhecimento, a atitude e a prÃtica do uso do preservativo masculino e feminino por presidiÃrias; comparar o conhecimento e a atitude com a prÃtica do uso do preservativo masculino e feminino por presidiÃrias. Pesquisa transversal, de abordagem quantitativa, envolveu uma amostra de 155 presidiÃrias. A coleta de dados foi realizada de janeiro a marÃo de 2010. O instrumento de coleta contemplou dados de caracterizaÃÃo sociodemogrÃfica, sexual, reprodutiva e de hÃbitos de vida. Em seguida, foi aplicado o InquÃrito CAP em relaÃÃo a preservativos, adaptado da investigaÃÃo de Brenna et al.(2001). Os dados foram compilados, armazenados e associados ao programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versÃo 17.0. O teste Qui-quadrado de Pearson foi aplicado. Os resultados indicaram uma maioria de jovens brasileiras, solteiras, com baixa escolaridade e renda familiar mensal, reclusas por trÃfico de drogas. Pela histÃria sexual evidenciou-se coitarca precoce, estabilidade e pouca variedade de parceiros sexuais. Usar drogas, ser presidiÃrio ou presidiÃria e possuir tatuagens/piercings representaram as principais caracterÃsticas das parcerias. A homo/bissexualidade e a prostituiÃÃo estiveram presentes em aproximadamente 35% das mulheres pesquisadas. As DST que se manifestaram antes ou apÃs a prisÃo apresentaram baixas porcentagens: 13,5% e 5,8%, respectivamente. A 15% foi concedido o direito à visita Ãntima. HÃbitos tabagistas, etilistas e uso de drogas ilÃcitas se apresentaram em mais de 60% das mulheres. O conhecimento sobre os preservativos mostrou-se superficial. Embora tivessem ouvido falar e/ou soubessem corretamente as finalidades do uso, 120 (77,4%) nÃo souberam citar trÃs cuidados necessÃrios para a utilizaÃÃo adequada do preservativo masculino, e 143 (92,3%), do feminino. Foram diagnosticadas atitudes menos favorÃveis quanto ao uso do preservativo feminino durante o sexo oral. A prÃtica adequada dos preservativos apresentou pouca representatividade, em especial do feminino. A homossexualidade, as questÃes de gÃnero, a falta de conhecimento e as dificuldades de acesso representaram obstÃculos. A atitude apresentou associaÃÃo significativa com as variÃveis idade e idade da coitarca. O uso adequado dos preservativos e a histÃria de prostituiÃÃo se associaram estatisticamente. Os componentes do CAP nÃo resguardaram associaÃÃes estatÃsticas entre si. Portanto, conhecimentos e atitudes adequadas nÃo foram suficientes para assegurar prÃticas adequadas. PossÃveis elucidaÃÃes se encontram na conjuntura de dificuldades na negociaÃÃo do uso entre os parceiros, na restriÃÃo ao acesso e na âilegalidadeâ em que ocorrem as relaÃÃes homossexuais. O fortalecimento da autonomia dos sujeitos como essÃncia do processo educativo, alÃm de considerar os saberes e opiniÃes, deve congregar os contextos das vulnerabilidades ambientais, sociais, culturais e emocionais.

ASSUNTO(S)

enfermagem conhecimentos, atitudes e prÃtica em saÃde prisioneiros enfermagem preservativos saÃde sexual e reprodutiva health knowledge, attitudes and practice prisoners nursing condoms sexual and reproductive health

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