Configurações de rede na interface saúde mental e saúde pública : uma análise a partir das Conferências Nacionais de Saúde e Saúde Mental

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O objetivo desta dissertação é problematizar as práticas discursivas que constituem configurações de rede na interface entre os campos da saúde mental e saúde pública. Por configurações de rede entendemos diferentes modos de dispor os serviços e os fluxos de pessoas, informações e comunicação em uma rede assistencial, remetendo à idéia da rede como um arranjo temporário, passível de ser reconfigurado. Nossa investigação utiliza-se das ferramentas-conceituais da abordagem genealógica e cartográfica, destacando-se as noções de descontinuidade, gênese, defasagem e processo. Como campo de análise, utilizamos os relatórios finais das Conferências Nacionais de Saúde realizadas até a institucionalização do Sistema Único de Saúde, em 1990; e as Conferências Nacionais de Saúde Mental. Evidenciamos o modo como as configurações de rede são estabelecidas como resposta a diferentes problemas, sendo atravessadas por saberes distintos. Concluímos que os modos de dispor a rede assistencial expressam diferentes concepções dos processos saúde-doença e de produção de subjetividade, o que nos desloca de um terreno meramente administrativo e tecnocrático para a dimensão política e social que assumem as diferentes configurações de rede. Para além de uma justaposição de serviços, elas expressam também agenciamentos sociais, não sendo possível pensar uma configuração de rede dissociada do contexto de onde emerge e dos discursos que a atravessam.

ASSUNTO(S)

sistema Único de saúde. redes sociais saúde pública saúde mental atenção à saúde reforma psiquiátrica : brasil

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