Confiabilidade humana e o funcionamento normal de uma refinaria de petróleo

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

22/06/2012

RESUMO

A distância que existe entre um projeto como concebido e como ele, efetivamente, é desenvolvido, varia de acordo com as restrições envolvidas no processo de projetação e a precisão das informações sobre a atividade de trabalho. Diversos projetos são concebidos sem levar em conta as reais necessidades de seus usuários. O que acaba por dificultar ou mesmo impossibilitar que as tarefas sejam desenvolvidas. No intuito de melhorar esse cenário, a ergonomia busca compreender a atividade para incorporar a perspectiva dos trabalhadores na concepção e operação dos sistemas sociotécnicos. Faz isso utilizando a abordagem da Análise da Atividade. É na atividade situada que se manifestam as competências e características próprias do ser humano, no intuito de garantir a estabilidade do sistema, sendo, desta forma, fator de confiabilidade operacional. Ao que se dá o nome de Confiabilidade Humana. Parte-se, nesta pesquisa, do pressuposto que a Análise da Atividade é o método mais apropriado a fornecer subsídios para um projeto voltado às necessidades da tarefa, aumentando os suportes que contribuem para assegurar a confiabilidade operacional do sistema. Utilizaram-se análises realizadas em uma Refinaria de petróleo, durante 3 anos e meio de estudos e propiciaram a elaboração de projetos que levassem em conta o papel dos operadores como maiores conhecedores de seu trabalho. As análises utilizaram registros fotográficos e de vídeo para compreender mais profundamente a atividade dos operadores. Destas análises, foram extraídas estratégias e ações que os operadores utilizam, a partir da representação que têm do sistema, para corrigir instabilidades que se apresentam a todo o momento. Podendo gerar incidentes que, caso não percebidos a tempo, levam à perda de controle do sistema como um todo. As ações foram classificadas em cinco categorias, segundo os elementos mobilizados para a recuperação do estado normal de funcionamento. Propõe-se, ao final, um Modelo de Projeto Resiliente que incorpora essas ações e visa garantir que novas estratégias, construídas a partir de novos constrangimentos, sejam constantemente avaliadas e, se possível, também incorporadas no projeto. Ressalta-se que, mesmo com a construção do Modelo, pôde-se perceber que os conflitos que os operadores enfrentam na rotina diária da Refinaria são dinâmicos e não conseguem ser transpostos, por completo, para um Modelo. Sempre haverá um resquício. Sempre haverá histerese. Assim, continuará a ser na atividade que os operadores respondem a esses conflitos. Atestando que, por mais adequado às necessidades da tarefa que seja um Modelo, os operadores continuarão tendo que resolver os conflitos na ação situada.

ASSUNTO(S)

ergonomia confiabilidade humana projeto petróleo - refinarias engenharia de producao ergonomics human reabiability design refinery

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