CONEXÃO ENTRE FRAGMENTOS DE VEGETAÇÃO COM BASE EM SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS / Connection between fragments of vegetation based on Geographic Information Systems

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

26/02/2010

RESUMO

Uma das formas de conexão entre fragmentos de vegetação, o corredor ecológico, constitui-se em uma das estratégias para a conversação da biodiversidade e, no transcorrer da tomada de decisão sobre sua localização, os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) podem contribuir como ferramenta efetiva de apoio a esse processo. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo desenvolver metodologia que possibilitasse a definição de trajetos para corredores ecológicos, privilegiando a conexão de remanescentes de vegetação, utilizando SIG de baixo custo. Como estudo de caso foi tomada a bacia do Rio Dourados, localizada no Sul de Mato Grosso do Sul, com grande importância regional e elevado nível de desflorestamento. Utilizando-se os SIG Spring, Idrisi e GRASS, em diferentes momentos, gerou-se o Mapa de Uso da Terra da bacia, a partir de imagens Landsat 5-TM, de março-abril de 2008, assim como vários planos de informação (P.I.), individualizando tais usos. Esses P.I. foram sobrepostos e, utilizando-se um Arquivo Valores de Atrito associados aos usos, gerou-se uma Superfície de Atrito. O P.I. contendo os pontos de saídas dos corredores simulados foi conjugado à Superfície de Atrito, resultando em uma Superfície de Custo para cada um, a qual, por sua vez, associada ao P.I. de Chegada, resultou na rota dos corredores. Foram realizadas as mensurações e criação do buffer de 120 m de cada lado da linha de trajetória, totalizando 240m. Além do corredor principal, que seguiu o eixo do Rio Dourados, foram simulados mais sete corredores secundários, sendo que todos acompanharam as linhas de drenagem, afastando-se delas quando do encontro com modalidades de uso com elevado grau de atrito, ou sendo atraídas por aquelas com menor, comprovando a eficiência da metodologia adotada. No traçado dos corredores secundários constatou-se uma significativa sobreposição com o trajeto do corredor principal, demonstrando com isso que junto às margens do Rio Dourados e em seu entorno imediato se concentra a maior parte das áreas com o menor custo para a implantação de um corredor ecológico. Devido ao nível do desflorestamento da bacia, os traçados dos oito corredores atingiram áreas com agropecuária em menos de 20%, exceto dois deles. Simulando a implantação das oito unidades e considerando a área total dos municípios que compõem a bacia, em nenhum deles é ultrapassado o limite de 0,40% de sua superfície ocupada com atividade agropecuária. A ampliação dos corredores pode ocorrer com a inclusão das áreas de preservação permanente (APP) em sua totalidade e não só na faixa de 240 m de largura, assim como das áreas ocupadas com vegetação de várzea e fragmentos de mata oriundos de reserva legal. Dessa forma, constatou-se que o procedimento metodológico desenvolvido é válido para a definição preliminar da trajetória de corredores ecológicos, privilegiando fragmentos maiores e mais circulares, além de áreas de preservação permanente e várzeas, assim como possui facilidade para a inclusão ou exclusão de variáveis no transcorrer do processo de análise. Dessa forma, a utilização de imagens de satélite disponibilizadas gratuitamente pelo INPE e o uso de SIG de baixo ou nenhum custo podem tornar tal procedimento um instrumento útil na definição de estratégias conservacionistas.

ASSUNTO(S)

corredores ecológicos fragmentação florestal uso da terra agronomia ecological corridors forest fragmentation land use

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