Conduta no carcinoma adenóide cístico de glândula salivar: série de casos em experiência institucional
AUTOR(ES)
Tincani, Alfio José, Del Negro, André, Araújo, Priscila Pereira Costa, Akashi, Hugo Kenzo, Martins, Antonio Santos, Altemani, Albina Milani, Barreto, Gilson
FONTE
Sao Paulo Medical Journal
DATA DE PUBLICAÇÃO
2006-02
RESUMO
CONTEXTO E OBJETIVO: Tumores de glândulas salivares exigem acompanhamento clínico por longos períodos devido à evolução indolente dessas neoplasias e à possibilidade tardia de recidivas locais e metástases a distância. O carcinoma adenóide cístico (CAC) compreende 10% a 15% dos tumores de glândulas salivares. O objetivo deste trabalho é analisar a conduta terapêutica, o estadiamento e o acompanhamento de pacientes com CAC em cabeça e pescoço em instituição de ensino. TIPO DE ESTUDO E LOCAL: Estudo retrospectivo realizado no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Universidade Estadual de Campinas. MÉTODOS: Revemos o tratamento do CAC de 21 pacientes tratados entre 1993 e 2003. Os pacientes foram estadiados conforme os critérios clínicos da União Internacional Contra o Câncer (UICC) de 1998 e o tratamento foi baseado na avaliação clínica e imagenológica. RESULTADOS: 11 tumores estavam localizados nas glândulas salivares maiores (52,3%), sendo sete em glândula submandibular e quatro em parótida. Em 10 pacientes (47,7%), os tumores estavam em glândulas salivares menores (todos em palato). Quando ocorreram em glândula salivar maior, a submandibular foi a mais acometida. O diagnóstico foi realizado quase sempre por punção aspirativa por agulha fina (PAAF) ou biópsia. Biópsia por congelação no intraoperatório foi realizada em seis pacientes. Obtivemos boa correlação entre o ultra-som e a PAAF. Em 16 pacientes (76%), a radioterapia pós-operatória foi realizada. Um dos pacientes (4,7%) foi a óbito pelo CAC e cinco tiveram recidivas da doença, sendo três locoregionais (14,2%) e dois (9,5%) por metástases a distância. CONCLUSÃO: Carcinoma adenóide cístico apresenta comportamento agressivo localizado. Em 21 casos, o nervo facial foi preservado, exceto nos raros pacientes com invasão grosseira pelo tumor. O tratamento baseou-se no exame físico, exames de imagem, estágio do tumor e diferenciação histológica.
ASSUNTO(S)
carcinoma adenóide cístico estadiamento de neoplasias radioterapia neoplasias de cabeça e pescoço neoplasias das glândulas salivares
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