Condições sanitárias e estrutura de produção na bovinocultura dos núcleos de colonização de João Pinheiro e Rio Verde do estado de Minas Gerais

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/09/1988

RESUMO

Objetivando conhecer o tamanho, o manejo zootécnico, as condições sanitárias e a importância do rebanho bovino dos núcleos de colonização de João Pinheiro e Rio Verde do Estado de Minas Gerais, foi aplicado inquérito de opinião a 95 colonos, sorteado aleatoriamente. Além disso, em bezerros lactentes de todas as propriedades pesquisadas foi realizada a contagem de oocistos de coccídeos e de ovos de helmintos gastrintestinais por grama de fezes, e determinada à prevalência de hemoparasitas através de esfregaços sanguíneos. Encontrou-se o tamanho médio do rebanho, o tipo de exploração, o manejo executado, as condições sanitárias e os principais fatores que exercem influência sobre a produção e produtividade. As pastagens nativas predominam nas áreas destinadas à pecuária, ocupando 65,0% das terras do núcleo de João Pinheiro e 41,07% de Rio Verde. As instalações pecuárias encontradas são rudimentares e insuficientes. As aguadas e bebedouros eram raros com abastecimento de água precário em ambos os núcleos. A composição do rebanho se assemelhava nos dois núcleos, apresentando média de 3,27% de touros, 28,28% de vacas paridas, 16,99% de vacas solteiras, 22,27% de novilhas e 28,69% de bezerros (as) com uma média de 25 cabeças por propriedade, em sistema extensivo de criação, predominando animais sem grau de sangue definido. Verificou-se um manejo sanitário deficiente e inadequado. As práticas sanitárias evidenciadas por propriedade, em João Pinheiro e Rio Verde, foram respectivamente uso de carrapaticida 72,73% e 17,64%; uso de bernicida 75,00% e zero por cento; uso de vermífugo 68,18% e 68,62%; uso de antibióticos 84,0% e 94,11%; vacina anti-aftosa 100% e 74,50%; vacina contra carbúnculo sintomático 84,00% e 72,50%; corte e cura de umbigo 11,36% e 21,57%; administração de colostro 77,27% e 58,82%; separação de animais doentes 20,45% e 9,8%; limpeza de instalações não realizam. As doenças e problemas de animais adultos, mais freqüentes relatados por propriedade em João Pinheiro e Rio Verde foram, respectivamente intoxicação 4,54% e 45,9%; ectoparasitoses 43,18% e zero por cento; mamite 25,0% e 7,8%; retenção de placenta 25,0% e 7,8%%; febre aftosa zero por cento e 23,5%%; aborto 13,63% e 7,84%. E para animais jovens: diarréias 75,0% e 45,0%; tristeza parasitária 59,0% e 3,9%; carbúnculo sintomático zero por cento e 31,3%; pneumonia 4,5% e 23,5%; fraqueza 9,1% e 9,8%; fotossensibilização 9,1% e zero por cento. Nos dois núcleos a separação por idade, controle desmama e castração eram práticas desconhecidas enquanto que mochação, apartação e apreensão de bezerros eram executadas por alguns entrevistados. Em 89,5% das propriedades o primeiro parto ocorria entre 36 e 48 meses de idade, enquanto que o intervalo entre partos era de 12 a 18 meses (41%) e 18 a 24 meses (45,2%). A alimentação básica para adultos era a pastagem e para bezerros leite e pastagem. A distribuição de sal mineral era feita por 60,00% dos entrevistados em quantidades insuficientes e em períodos irregulares, enquanto que o sal comum era distribuído regulamente em 87,3% das propriedades. O fornecimento de água aos animais era insuficiente em 55,0% das propriedades. o leite era produzido por 100,0% e 54,9% dos criadores de João Pinheiro e Rio Verde respectivamente, com a seguinte produção diária: menos de 10 litros 22,7% e 7,6%; entre 10 a 20 litros 47,72% e 15,68%; mais de 20 litros 29ß6%, com concentração no período das águas devido ao maior número de parições e abundância de pastagens. Taxa de natalidade era de 62,11% em João Pinheiro e 53,11% em Rio Verde. Maior índice de venda ocorreu em Rio Verde. Taxa de mortalidade de bezerros era de 13,6% em João Pinheiro e 11,4% em Rio Verde. A causa de morte de bovinos era desconhecida pela maioria dos colonos. As diarréias, tristeza parasitária e fraqueza eram as principais causas em João Pinheiro, enquanto que a intoxicação, diarréias e carbúnculo sintomático eram as principais causas em Rio Verde. Nos dois núcleos, a deficiência de água era o maior problema da pecuária, seguida da ausência de crédito rural, e prejuízos da agricultura. A prevalência de hemoparasitas (Anaplasma Sp. e Babesia sp) era de 70,8% em João Pinheiro e 51,7% em Rio Verde. A presença de oocistos de coccídios e ovos de helmintos gastrintestinais de bezerros, foi detectada em 95,4% das propriedades de João Pinheiro e 58,8% de Rio Verde, com prevalência de 53,58% e 35,75% para helmintos e 27,41% e 15,98% para coccidios. Medidas para melhoria do manejo e controle das principais doenças do rebanho serão estabelecidas para cada núcleo

ASSUNTO(S)

veterinária teses.

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