Condições de trabalho e saúde de professores de alunos com ou sem necessidades educacionais especiais

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O exercício da docência é permeado por condições de trabalho adversas, baixos salários, insuficiência de recursos materiais e didáticos, salas numerosas, tensão no relacionamento com os alunos, carga horária de trabalho excessiva, inexpressiva participação no planejamento da instituição e nas políticas institucionais e falta de segurança no ambiente escolar. O presente estudo teve por objetivo comparar as condições de trabalho e saúde considerando aspectos físicos e emocionais junto a três grupos de professores que atuam no ensino fundamental, bem como investigar possíveis implicações na prestação do serviço aos alunos. Participaram do estudo 60 professores da Rede Municipal de Ensino Fundamental (1 a 4 séries) do município de Bauru, distribuídos em três grupos: a) 20 professores que atuam no ensino comum sem a inclusão de turmas de alunos com necessidades educacionais especiais - RSI; b) 20 professores de turmas com inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais - RCI; c) 20 professores que atuam em salas de recursos - SR. Para a coleta foram utilizados dois instrumentos: Roteiro de entrevista - Percepção do trabalho docente para levantar os fatores de riscos ocupacionais presentes no trabalho e pelo protocolo Maslach Burnout Inventory -MBI para avaliar a presença de burnout. Foi utilizado o SPSS versão 13.0, os Teste de Kruskal-Wallis para comparação dos 3 grupos. Os resultados foram organizados em forma de Tabelas. Os resultados revelam que, de maneira geral, os grupos apresentaram relativa similaridade. Entretanto, algumas diferenças foram encontradas. O grupo de professores SR obteve os melhores resultados na avaliação das três escalas do burnout quando comparados com RSI e RCI, ou seja, com predominância de respostas nos níveis mais baixos de exaustão emocional, alto na diminuição da realização pessoal e baixo para despersonalização. Quanto às queixas de ordem física, observa-se que RCI apresentou maior número de desconfortos destacando a cabeça, coluna, pescoço e membros superiores. No que diz respeito à avaliação das condições de trabalho, os três grupos consideraram os aspectos avaliados (ambiente de trabalho, organização de trabalho, materiais e equipamentos e recursos pedagógicos) como adequados. Contudo, RCI apontou maiores indicadores de inadequação. Observou-se concordância entre os achados dos dois instrumentos utilizados, no sentido de ambos indicarem que RCI estaria mais vulnerável a desenvolver exaustão emocional no que tange aos aspectos físicos e relativos às condições de trabalho, expressas por meio de desconfortos. No que se refere aos aspectos emocionais, um dos componentes da exaustão emocional RCI apresentou percentuais maiores em sete dos quatorze aspectos investigados. SR apresentou os menores percentuais de incidência dos sinais/sintomas de stress. A maioria dos professores não apresentou problemas de despersonalização. No que diz respeito à diminuição da realização pessoal, os três grupos apresentaram escores elevados o que caracteriza nível baixo já que se trata de uma escala negativa. Espera-se que os dados apresentados contribuam para compreensão do burnout em professores do ensino regular com e sem inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais e/ou suscitem novos encaminhamentos de pesquisas.

ASSUNTO(S)

work ensino regular professores do ensino fundamental educação especial burnout elementary school teachers ensino fundamental educacao especial conditions and health saúde e trabalho special teaching professores regular teaching

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