Condições de saúde bucal em pares mãe-filho na população indígena do Médio e Baixo Xingu: cárie dentária e necessidade de tratamento / Oral health of mother-child pair in the Indigenous population of Lower and Middle Xingu: dental caries and treatment needs

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

O objetivo deste estudo foi descrever a experiência de cárie dentária e necessidade de tratamento em pares mãe-filho indígenas residentes em aldeias da região do Médio e Baixo Xingu através dos dados obtidos no Inquérito Epidemiológico de Saúde Bucal do Médio e Baixo Xingu, realizado em 2007. Participaram desse estudo, 246 crianças de 3 a 5 anos de idade e suas respectivas mães. Foram analisados os índices de cárie ceo-d e CPO-D para as dentições decídua e permanente, respectivamente e necessidade de tratamento relacionado à cárie dentária, segundo os critérios propostos pela Organização Mundial da Saúde (1997). A estratificação por sexo, faixa etária e localização por pólo-base foi usada na epidemiologia descritiva dos problemas de saúde bucal. A análise do índice CPO-D das mães evidenciou um valor médio de 14,3. Nas mães na faixa etária de 35 a 44 anos, o componente perdido foi responsável por mais de 80% da magnitude do índice e 37,2% apresentavam alguma necessidade de tratamento relacionada à cárie. O índice ceo-d dos filhos apresentou valor médio de 4,7 e não foi observada diferença em relação ao sexo. Apenas 13,4% dos filhos estavam livres de cárie e 79,7% necessitavam de tratamento. Não houve diferença na experiência de cárie de mães e filhos entre os pólos-base e a idade materna não apresentou correlação com a experiência de cárie do filho (=0,06). Não foi observada relação entre a necessidade de tratamento materno e prevalência de cárie ou necessidade de tratamento nos filhos. Não houve correlação significante entre a idade materna e experiência de cárie do filho (=0,06). Estes resultados sugerem que é importante considerar toda comunidade, e não apenas a mãe, nas relações de saúde bucal das crianças indígenas. A comunidade precisa ser envolvida no planejamento de estratégias de prevenção e promoção da saúde, adaptadas à realidade local, para que estas se tornem realmente efetivas. Os serviços de atenção à saúde bucal, ainda que presentes nesta área e com impactos importantes, precisam ser expandidos e/ou novas estratégias formuladas, particularmente em relação às crianças até cinco anos, considerando a complexidade e especificidades socioculturais dos povos indígenas.

ASSUNTO(S)

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