Condicionantes ambientais na distribuição e no periodo reprodutivo do Orthopristis ruber (Cuvier) (Teleostei, Haemulidae) na Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Zoologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2007-12

RESUMO

Orthopristis ruber (Cuvier, 1830) é uma espécie muito comum na costa brasileira, sendo encontrada em baias, onde figura entre os mais abundantes peixes nos arrastos de fundo. Este trabalho tem por objetivo avaliar a influência das condicionantes ambientais na distribuição espaço-temporal e no período reprodutivo de O. ruber na Baía de Sepetiba, uma área costeira semi-fechada no sul do Rio de Janeiro. Foi realizado um programa de arrasto de fundo, entre outubro de 1998 e setembro de 1999, em três zonas da baía, estabelecidas de acordo com sua proximidade do mar (interna, central e externa). Amostras mensais de peixes foram tomadas em triplicatas em cada ocasião de amostragem, bem como foram medidas as variáveis ambientais de temperatura, salinidade, transparência e profundidade. Abundância relativa foi avaliada com base nas CPUEs (Captura por Unidade de Esforço) em termos de número e de biomassa, enquanto o período reprodutivo foi determinado com o índice gonadossomático. Um total de 866 indivíduos foi capturado, com o tamanho variando entre 31 e 293 mm de comprimento total e proporção sexual de 1:1. Um maior número de peixes foi registrado em janeiro/fevereiro e em maio, embora não tenha sido encontrada diferença na abundancia relativa entre as estações do ano. Espacialmente, os maiores números e biomassas foram registrados na zona externa. Correlação positiva significativa foi encontrada entre a abundancia relativa e a profundidade, salinidade e transparência, e negativa com a temperatura. O período reprodutivo, indicado pelos maiores valores de índices gonadosomático (IGS), provavelmente ocorre de junho a setembro, coincidindo com as menores temperaturas. Esta espécie parece ter distribuição limitada às zonas mais externa da baia, próxima à influência com o mar, com maiores influxos no verão, como provável efeito da das Águas Centrais do Atlântico Sul (ACAS) que comprimem as Águas Costeiras (AC) para a baía.

ASSUNTO(S)

baias cocoroca ecologia de peixes peixes costeiros variáveis ambientais

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