Concepções de extensão universitária: o Ufba em campo.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

07/02/2011

RESUMO

O fortalecimento da sociedade civil na década de 80, principalmente nos setores comprometidos com as classes populares, possibilitou a elaboração de uma nova concepção de universidade, baseada na redefinição das práticas de extensão até então vigentes, pretendendo fugir do assistencialismo e questionar as ações desenvolvidas. O conceito de extensão universitária definido pelo Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras em 1987 permite a afirmação da extensão como processo educativo cultural e científico que articula o Ensino e a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e Sociedade. Embora haja este ganho na concepção e nas políticas para a extensão universitária, contraditoriamente à crescente necessidade de democratização do conhecimento produzido nos muros das instituições, o que se viu no cenário da educação superior da década de 90 foi um quadro de abandono e descaso com as universidades públicas federais, expresso de forma mais evidente nos parcos recursos destinados a estas instituições. Na tentativa de desvelar quais eram os ideais e concepções de Extensão universitária presentes nas práticas extensionistas realizadas na UFBA, realizou-se durante o período do Mestrado pesquisas documental, bibliográfica e de campo a fim de reconstruir os itinerários da extensão universitária a partir da primeira experiência do UFBA em Campo. A pesquisa foi se revelando um estudo descritivo de natureza qualitativa, dentro da abordagem da pesquisa histórica recente, abordagem a qual julgamos ser a mais adequada para o presente estudo, pois possibilita a compreensão da especificidade do campo da história da educação. Entretanto, vamos considerar também a contribuição dos estudos da análise do discurso, já que este dispositivo de análise traz uma grande contribuição acerca da concepção da leitura e da linguagem, a qual servirá utilmente a este trabalho. Assim, compreendemos que esta experiência do UFBA em Campo representa uma interpretação, uma leitura, uma concepção de extensão universitária. Esta experiência foi experimentada de acordo com a interpretação de cada um dos sujeitos que a fizeram de acordo com sua subjetividade, com sua bagagem acadêmica, cultural, pessoal e emocional. Perceber as falas e as lacunas desta experiência também representa uma nova leitura do Programa UFBA em Campo. A relevância deste trabalho inscreve-se nas reflexões sobre as diferentes concepções de extensão universitária e sobre a década de 90, época em que as universidades federais ficaram excluídas das políticas educacionais do governo federal. Diante da premissa de que as políticas públicas são apreendidas de diferentes maneiras em cada universidade federal, a UFBA demonstrou este cenário rico de ideias frente à desvalorização da universidade pública. Podemos concluir que as ideias, ideais e concepções de extensão universitária são mais fortes ou mais importantes do que aspectos econômicos ligados à crise das universidades.

ASSUNTO(S)

ufba em campo ufba década de 90 extensão universitária educacao university extension ufba ufba em campo

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