Concentração de fluor no osso como indicador de intoxicação aguda : importancia pericial

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1996

RESUMO

Como se sabe o flúor após absorvido se agrega aos tecidos calcificados. Diante disso, pensou-se na possibilidade de nas exumações cadavéricas se analisar a concentração de flúor no osso, para se ter uma comprovação da causa mortis por uma intoxicação por flúor, quando não tiverem sido feitas análises de concentração de flúor no sangue, e em nenhum outro órgão. O objetivo deste trabalho foi verificar se existe correlação entre as concentrações de flúor no osso, em função das doses administradas a animais e as mortes ocorridas. Para este estudo foram usados 148 ratos, linhagem Wistar, pesando de 180 a 220 gramas. Os animais foram divididos aleatoriamente em 07 grupos de 20 animais, os quais foram submetidos à doses crescentes de flúor por via gástrica, variando de 10,0 a 90, O mg F IKg (grupos de I a VII). Um grupo de 08 animais serviu de controle (C). Os animais que sobreviveram foram sacrificados após 76 horas. De todos os animais foram removidos os fêmures dos quais eliminou-se os tecidos moles e desidratou-se em estufa a 90°C. Um fragmento de 5,0 mm da região diafisária foi obtido de cada um dos fêmure~. Um foi pulverizado e pesado para análise do flúor total, o qual foi extraido com HCI 0,5M e determinado com eletrodo específico. No outro fêmur, foi isolado uma área circular de 2,0 mm para ser determinado o flúor incorporado superficialmente, utilizando-se HCI 0,5M sob agitação constante por 1 minuto. Com eletrodo específico, a concentração de flúor nas soluções foi determinada após tamponamento com TISAB. A concentração de íon flúor na amostra, foi calculada a partir da quantidade de osso na solução~ a qual é decorrente da dosagem de fósforo. Os resultados obtidos (média :t erro padrão )em llg F/g de osso total pulverizado foram respectivamente: C = 208,5 :t 7,38 c; 1=252,9 :f 4,40 bc; 11 = 335,2 :tl0,3 ab; 111 = 405,9 :t16,20 a; IV = 386,8 :t19,47 a; V =364,5 :t 52,08 a; VI = 363,80:t 34,8 a; VII = 269,10 :t 10,95 bc. A análise do flúor (média :t erro padrão) na camada superficial do osso (pg F/g ), apresentou os seguintes resultados: C =475,875 :t 31,46 d; I = 926,610 :t 45,71 dc; 11 = 1480,895 :t 76,18 b; 111 = 1721,235 :t 121,27 ab; IV = 2033,770:t 106,72 a; V = 1859,645 :t 150,09 ab; VI = 1802,645 :t 164,43ab; VII = 1413,825 :t 116,84 bc. O número de animais mortos pelas dosagens foi: I = O; 11 = 1; 111 = 2; IV = 11; V = 19; VI = 17; VII = 20. A análise de variância apresentou significância estatística para os efeitos de dosagens de flúor nas duas formas de análises e houve significância estatística na associação entre as doses e as mortes ocorridas. Entretanto o teste de Tukey (médias seguidas de letras distintas diferem estatisticamente a 5%) revelou uma maior confiabilidade na análise da camada superficial do osso do que a análise do flúor total para relacionar concentração de flúor com as mortes ocorridas. No entanto, estes métodos não podem ser utilizados com .segurança total como prova pós mortem de uma intoxicação aguda por flúor, servindo apenas como meio auxiliar de diagnóstico

ASSUNTO(S)

odontologia legal fluor - toxicologia

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