Comunidades terapêuticas religiosas: entre a salvação pela fé e a negação dos seus princípios

AUTOR(ES)
FONTE

Ciência & Saúde Coletiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

Resumo O avanço das comunidades terapêuticas no Brasil aponta para um retorno ao paradigma manicomial, com financiamento público para internações baseadas em laborterapia e conversão religiosa. No Espírito Santo, a relação entre essas instituições e setores do governo se amplia a partir de 2013. Diante deste cenário, objetivamos analisar, por meio desta pesquisa qualitativa, o papel das comunidades terapêuticas religiosas no tratamento de indivíduos em uso abusivo de drogas, focalizando no impacto dos métodos religiosos empregados nestes locais. Para isso, realizamos entrevistas semiestruturadas com 28 indivíduos egressos de internações nestes locais. As entrevistas foram realizadas durante seis meses e, posteriormente, transcritas na íntegra. Os dados foram analisados por meio da Análise do Discurso. Os discursos dos sujeitos oscilaram: 13 referiram que as instituições tiveram um importante papel em seus processos de tratamento e que os métodos religiosos os ajudaram; e 15 defenderam que as instituições não foram eficientes em seus tratamentos e que os métodos religiosos nada contribuíram. O estudo elucidou a necessidade de fiscalização destas instituições, bem como reflexão sobre a pertinência das mesmas como locais financiados publicamente para o tratamento da população usuária de drogas.

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