Composition, site occupancy and sazonality of anurans in Serra do Ouro Branco, Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais, Brazil / Composição, ocupação ambiental e sazonalidade dos anfíbios anuros da Serra do Ouro Branco, Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais, Brasil

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Esse estudo aborda aspectos da riqueza, ocupação ambiental e sazonalidade dos anfíbios anuros da Serra do Ouro Branco, extremo sul da Cadeia do Espinhaço, Minas Gerais. Pela primeira vez é apresentada uma listagem mais abrangente das espécies de anfíbios anuros com ocorrência para a região da Serra do Ouro Branco. Na primeira parte do trabalho estão reunidos dados obtidos em coletas mensais realizadas entre os anos de 2006 e 2007 e dados de coletas aleatórias realizadas entre 2003 e 2006. Foram registradas 47 espécies, o que corresponde a uma das maiores riquezas de anuros conhecidas para uma única localidade no estado de Minas Gerais até o momento. Dentre essas, estão espécies típicas da Mata Atlântica (19) e do Cerrado (7), e outras restritas à Cadeia do Espinhaço (9). A região da Serra do Ouro Branco corresponde ao limite sul de ocorrência de sete espécies (Bokermannohyla alvarengai, B. martinsi, Crossodactylus trachystomus, Phasmahyla jandaia, Phyllomedusa itacolomi, Physalaemus evangelistai e Scinax curicica), além de abrigar importantes populações de espécies com distribuição geográfica restrita. Na segunda parte são apresentadas informações sobre a distribuição espacial e temporal das espécies de anuros na Serra do Ouro Branco, a partir do monitoramento de três ambientes aquáticos: uma lagoa, um riacho permanente e um riacho temporário, realizado entre julho de 2006 e junho 2007. Foram encontradas 28 espécies nesses ambientes, pertencentes às famílias Brachycephalidae (2) Bufonidae (2), Centrolenidae (1), Cycloramphidae (2), Hylidae (16), Leiuperidae (2), Leptodactylidae (2) e Microhylidae (1). O ambiente lagoa apresentou maior riqueza, com 20 espécies. Foram definidos 5 diferentes padrões reprodutivos: (1) espécies que vocalizam o ano todo, ou quase todo, com agregações maiores nos meses chuvosos; (2) espécies oportunistas com atividade de vocalização associada aos meses chuvosos; (3) espécies que vocalizam predominantemente no inverno; (4) espécies com padrão reprodutivo explosivo, com picos de vocalização durante as chuvas intensas e (5) espécies que não apresentaram um padrão definido de vocalização. A atividade de vocalização da maioria das espécies mostrou estar associada aos meses com maior volume de chuva, mas não mostrou relacionar-se à temperatura. Houve sobreposição na distribuição temporal de algumas espécies, onde o isolamento reprodutivo se deu por exploração de diferentes sítios de vocalização ou mesmo por divergência acústica. A distribuição espacial e temporal das espécies de anuros varia de acordo com o ambiente que ocupam, parecendo se adequar aos fatores bióticos e abióticos de cada um deles. A grande riqueza de anuros e as ameaças efetivas a que as espécies estão sujeitas tornam emergenciais a implementação de medidas conservacionistas na região da Serra do Ouro Branco.

ASSUNTO(S)

serra do ouro branco cadeia do espinhaço taxonomia dos grupos recentes anurans serra do ouro branco anuros cadeia do espinhaço

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