COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM ÁREA DE CAATINGA E BREJO DE ALTITUDE NA SERRA DA GUIA, POÇO REDONDO, SERGIPE, BRASIL.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/03/2011

RESUMO

A Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, destaca-se por apresentar uma grande diversidade de espécies vegetais, muitas das quais endêmicas e com adaptações à deficiência hídrica. Em locais de maior altitude dentro do bioma podem-se encontrar encraves de Mata Atlântica, denominados Brejos de Altitude ou Matas Serranas, que configuram áreas núcleo de relevante importância para a preservação da biodiversidade. O presente estudo foi realizado como o objetivo de caracterizar estruturalmente a vegetação da Serra da Guia, localizada no município de Poço Redondo, Sergipe, Brasil, por meio do levantamento florístico e fitossociológico de duas áreas, uma situada na base (Caatinga) e a outra no topo da serra (Brejo de Altitude), com coletas sistemáticas e mensais, realizadas em trilhas e em 30 parcelas fixas de 400 m2, durante o período de outubro/2009 a setembro/2010. No total, foram amostradas 365 espécies (82 famílias), sendo 216 espécies (58 famílias) na área de Caatinga e 257 espécies (70 famílias) na área de Brejo. Na Caatinga, as famílias com maior riqueza específica foram Fabaceae (30) e Euphorbiaceae (15), enquanto que no brejo foram Fabaceae (23) e Asteraceae (15). Na amostragem do estrato arbustivo-arbóreo, a riqueza total foi de 92 espécies, sendo que a área de brejo apresentou maior riqueza que a de Caatinga (71 e 47 espécies, respectivamente). A espécie mais abundante no brejo foi Eugenia cf. edulis (n=655, 18,39%) e na Caatinga foi Pityrocarpa moniliformis (n=159, 13,86%). As espécies que apresentaram o maior VI na Caatinga e no brejo foram Syagrus coronata e Guapira sp., respectivamente. A comparação entre as espécies dominantes ocorrentes na Serra da Guia demonstrou que apenas duas (Guapira noxia e Syagrus coronata) das 31 espécies destacadas são comuns às áreas amostradas, porém com abundâncias significativamente diferentes. Os valores dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H) e de equabilidade de Pielou (J) obtidos para a área do brejo (H = 3,13 nats.ind-1; J = 0,97) foram superiores aos da área de Caatinga (3,02 nats.ind-1; J = 0,78). Os testes estatísticos apontaram diferenças significativas tanto em relação ao índice de diversidade quanto em relação à riqueza e composição florística das áreas de estudo. O valor do índice de Jaccard (26,9%) indica que as duas áreas compartilham menos da metade das espécies vegetais. A Serra da Guia configura-se no primeiro Brejo de Altitude descrito e estudado no Estado de Sergipe, e a análise da similaridade entre as comunidades vegetais da Caatinga e do brejo demonstrou que, embora ocorrendo próximas, essas formações apresentam características florísticas, fisionômicas e estruturais bem distintas.

ASSUNTO(S)

semiárido mata serrana caatinga brejo de altitude ecologia semiarid mata serrana caatinga brejo de altitude

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