Composição e estrutura da comunidade de peixes recifais em relação a quatro variáveis ambientais no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, Estado de São Paulo / Composition and structure of reef fish community structure in relation to four environmental variables in the Marine State Park of slab Santos, Sao Paulo State

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/05/2009

RESUMO

O Parque Estadual Marinho da Laje de Santos localiza-se na costa sudeste do Brasil a 36 km da cidade de Santos, Estado de São Paulo. O Parque consiste uma pequena ilha (Laje de Santos) com vários parcéis rochosos submersos. O substrato é composto por rochas graníticas cobertas por algas e várias espécies de invertebrados. Desde 1993, foi declarada como área de proteção marinha e desde então o local é de particular interesse, pois é a única área totalmente fechada para a pesca na região mais povoada e desenvolvida do país. Uma lista com 196 espécies de peixes recifais registradas é apresentada para o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos. A maioria das espécies tem ocorrência comum a todo o Atlântico Ocidental tropical ou ocorre nos dois lados do Oceano Atlântico. Uma parte menor das espécies tem distribuição em comum com os recifes rochosos temperados da Patagônia ou é endêmica ao Sudeste do Brasil. Moringua edwardsi, Antennarius multiocellatus, Scorpaena dispar, Aulostomus strigosus, Lutjanus buccanella, Mulloidichthys martinicus and Halichoeres penrosei tem aqui seu limite merional de distribuição estendido ao Estado de São Paulo. Há uma clara diferença na contribuição dos fatores abióticos para a estruturação da comunidade de peixes recifais. A profundidade foi o fator que mais influenciou a riqueza de espécies e abundância de indivíduos, apresentação uma clara distinção ambiental entre raso e fundo, com um decréscimo da riqueza e abundância conforme o aumento da profundidade. A complexidade do habitat também foi um fator de influência na comunidade, sendo a riqueza e abundância correlacionada com maior complexidade. Entretanto, esta relação só foi significativa na menor profundidade avaliada. A exposição às ondas não se correlacionou com nenhum dos descritores da comunidade utilizados neste estudo. Aparentemente os efeitos do hidrodinamismo em recifes rochosos se manifesta em escalas espaciais maiores entre a costa e ilhas com diferentes distâncias da costa. Espécies de diferentes categorias tróficas não respondem da mesma maneira a estes fatores. Herbívoros vagueadores são afetados pela profundidade, herbívoros territoriais pela complexidade e pela exposição a ondas, enquanto que planctívoros são afetados pela complexidade do habitat e em menor extensão pela profundidade. Análises de espécies filogeneticamente relacionadas sugerem que ocorre partição de nicho, aparentemente mediada pela capacidade de natação em resposta ao grande dinamismo que ocorre nas zonas rasas. A água fria oriunda de eventos de reesurgência foi um fator de redução da abundância e número de espécies capazes de extender sua distribuição batimétrica para as zonas mais fundas, desencadeando respostas comportamentais específicas em algumas espécies como a formação de densos cardumes na camada superficial durante os eventos de ressurgência. Herbívoros vagueadores e onívoros foram os grupos tróficos que foram particularmente afetados pela intrusão de água fria. Em geral, espécies com alta capacidade de mobilidade evitam a camada de água fria abaixo da termoclina durante o verão e espécies de pequena capacidade de mobilidade ou extremamente territoriais não alteram sua abundância em resposta estes eventos.

ASSUNTO(S)

upwelling (oceanography) habitat (ecology) fishes costões rochosos comunidades animais ressurgência (oceanografia) habitat (ecologia) peixe - ecologia rocky shore animal communities

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