Composição corporal, distúrbios metabólicos e deficiência de vitaminas A, E, C e B12 em crianças e adolescentes infectados pelo HIV.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo geral avaliar o impacto metabólico, nutricional e vitamínico em crianças e adolescentes infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em uso de terapia antirretroviral e como objetivos específicos, descrever e comparar perfil metabólico, nutricional e vitamínico de crianças e adolescentes infectados ou não pelo HIV, verificar adequação antropométrica e dietética e classificá-los de acordo com idade, avaliar alteração metabólica lipídica, glicêmica e de insulina e comparar ao grupo controle, associar presença de alteração lipídica, glicêmica e de insulina ao uso de medicação antirretroviral, avaliar deficiência de micronutrientes e comparar ao grupo controle e associar deficiência de micronutrientes ao estresse oxidativo. Estudo de campo analítico, quantitativo; caso controle. O primeiro grupo (G1) foi composto por 27 crianças e adolescentes, de três a 19 anos, infectados pelo HIV por transmissão vertical, atendidas em ambulatório. O segundo grupo (G2) foi representado por 27 crianças e adolescentes pareados por sexo, idade e condição socioeconômica, alunos de uma escola municipal central de Uberaba. A média de idade encontrada foi de 12 anos completos, prevalência do sexo feminino, 17 (63%). As classes econômicas mais encontradas foram C (50%), posteriormente B2, D e B1. Não houve diferença significativa em relação a condições econômicas e maturação sexual. Foram realizadas avaliações antropométricas, de consumo de alimentos e análises bioquímicas. A avaliação antropométrica não apresentou diferença significativa, apesar de 3,7% dos indivíduos de G1 terem sido classificados como obesos e 18,5% apresentarem maior porcentagem de gordura corporal e possuírem maiores registros de circunferência abdominal média, enquanto que em G2 nenhum indivíduo era obeso e 3,7% tinham maiores quantidades de gordura corporal. A variedade de alimentos ingerida por dia e a ingestão de vitamina C foi significativamente maior em G1 pelo método Recordatório de 24 horas (p=0,036/t=2,295; p=0,011/t=2,857, respectivamente). A ingestão de todos os grupos alimentares foi maior em G1 em relação a G2 na faixa etária de quatro a 11 anos, exceto o consumo de leite e gordura saturada; e o consumo de verduras foi significativamente maior de 12 a 20 anos pelo método Questionário de Frequência Semiquantitativa de Alimentos. Em relação às avaliações bioquímicas, o valor encontrado de triglicerídeos sérico foi significativamente maior em G1 (p=0,006/t=2,987). Não foram encontradas associações entre valores dos micronutrientes e uso de antirretrovirais. Houve diferença significativa na dosagem de vitamina C, sendo menor em G1 (p=0,000/t=-7,309). Houve maior deficiência de vitamina E em G1, apesar de a diferença entre os grupos não ser significativa. Em relação ao estresse oxidativo, os valores da proteína C reativa (PCR) em G1 foi significativamente maior (p=0,007/t=2,958). Não houve relação entre deficiência de micronutrientes e valores séricos de PCR e albumina. Conclui-se que deficiências encontradas nos indivíduos infectados pelo HIV não são devido a alimentação, mas sim a peculiaridades metabólicas provocadas pela infecção. A infecção por um vírus, como o HIV, e seu efeito imunossupressor exige maior demanda nutricional dispensada por episódios infecciosos frequentes. O acompanhamento dessas crianças e adolescentes deve ser rigoroso, atentando para déficits e sobrecargas nutricionais encontradas e possibilitando intervenções preventivas.

ASSUNTO(S)

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