Comportamento fotossintetico de duas especies de eucalipto sob condições fotoinibitorias : alterações fotoquimicas em resposta a alta irradiancia e baixa temperatura

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1998

RESUMO

A implantação de florestas de eucalipto no Brasil tem sido feita a partir de mudas produzidas em viveiros, principalmente de Eucalyptus urophylla e E. grandis, as duas espécies mais utilizadas em reflorestamentos. A produção de mudas emprega técnicas de manipulação do material vegetal, como sombreamento, irrigação e nutrição, que objetivam não apenas o bom desenvolvimento das mudas, mas, também, sua adaptação ao transplante ao campo. Essas técnicas eventualmente se traduzem em estresses às mudas, resultando na intensificação do fenômeno da fotoinibição. A fotoinibição tem sido considerada como sendo uma redução lenta e reversível na eficiência fotossintética, redução essa dependente da irradiância. Este trabalho visou estudar o comportamento fotossintético dessas duas principais espécies de eucalipto sob condições fotoinibitórias, principalmente as alterações fotoquímicas decorrentes da exposição a alta irradiância (até 3500µmol m-2 S-1 por 15 minutos) e abaixa temperatura (10°C), por meio da análise de crescimento e a utilização do eletrodo de Clark e das técnicas de fluorescência da clorofila a e da espectroscopia fotoacústica. Foi observado que as plantas de E. grandis com 60 dias de idade apresentaram menor área foliar, com folhas mais espessas, mas com menor biomassa seca que as de E. urophylla. O conteúdo de clorofilas a e b e a relação clor a/clor b foi maior em E. grandis, resultando em maior absorção de energia radiante a À=700nm. Essas plantas apresentaram indução fotossintética mais rápida, com maior fotossíntese, eficiência quântica e respiração, enquanto as de E. urophylla apresentaram maior sinal fototérmico. A temperatura de 10°C acelerou a indução da fotossíntese nas plantas das duas espécies, mas reduziu a taxa máxima de fotossíntese, a eficiência quântica e a respiração. Esses efeitos foram mais acentuados em E. grandis. Quando as plantas foram submetidas ao tratamento fotoinibitório foi verificado que E. grandis apresentou maior fotossíntese quando exposto aDFF de 500 a 1000µmol m-2 s?1 m s Contudo, as duas espécies apresentaram incapacidade de recuperação na taxa de fotos síntese inicial quando foram expostas aDFF superior a 2000µmol m-2 s?1 , demonstrando a ocorrência da fotoinibição. Esse fenômeno se mostrou irreversível até duas horas após o tratamento fotoinibitório e foi mais acentuado em E. urophyll a , sem se constatar efeito da temperatura. Enquanto as plantas permaneceram no escuro, não ocorreram diferenças entre espécies e entre os efeitos das temperaturas sobre Fo, Fm, Fj, Fi, Fv, Fv/Fm e na velocidade de transição entre os níveis intermediários de fluorescência Fj, Fi e Fm, mas TFm foi maior nas plantas aclimatadas a 30°C. Com a exposição a irradiância, o valor de Fo aumentou e o dos demais parâmetros diminuiu, sendo que eles tenderam a ser menores em E. urophylla. Os efeitos da DFF sobre os parâmetros de fluorescência ocorreram a partir de 500µmol m-2s-1 para E. urophylla e a partir de 1000fJITlol m-2s-1 para E. grandis (acentuadamente partir de a 2000µmol m-2 s-1 as duas para espécies), mas foi constatada a recuperação nas duas espécies após 12 horas de reaclimatação no escuro. Com base nesses resultados a atividade fotossintética de E. urophylla, foi mais mas ele resfriamento. A fotoinibição pode-se concluir que grandis foi maior que a de E. sensível a temperatura de da fotossíntese, que foi reversível, ocorreu acentuadamente a partir de 2000µmol m-2s-1 para as duas espécies, mas E. grandis se mostrou mais tolerante aos efeitos que do seus apresentar maior dissipação fluorescência. E. urophylla, por provavelmente de energia pela radiante

ASSUNTO(S)

fotossintese eucalipto fluorescencia

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