Comportamento eleitoral e estratégia partidária: uma análise espaço-temporal das eleições de SP e MG a partir dos conceitos de inovação e representação sociais
AUTOR(ES)
Tiago Prata Lopes Storni
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010
RESUMO
O presente trabalho se insere na temática dos estudos sobre o comportamento eleitoral e estratégia partidária e busca apresentar uma contribuição na área pela utilização de uma abordagem que enfatiza formas de dependência social e espacial. Uma das principais perspectivas epistemológicas que se referem às lógicas da decisão eleitoral é baseada no pensamento econômico fundado, sobretudo, em pressupostos de racionalidade derivados da microeconomia clássica. Contudo, novas concepções dadas pela economia regional e social têm criticado o atomismo da escolha racional, principalmente em contextos de decisões sociais. Propõe-se, aqui, instrumentalizar formas de interação social para contrapor dois tipos de influência com impactos no comportamento eleitoral: um tipo mais conformista, de natureza assimétrica, em que a tônica do processo democrático é dada pelo grupo politicamente majoritário; e um tipo formado por uma minoria ideológica ativa que procura ampliar a influência de suas opiniões se diferenciando dos valores da maioria e aplicando uma pressão não impositiva, porém simétrica, baseada em intercâmbios de opiniões e fazendo uso de um estilo de comportamento consistente no tempo. A influência dessa minoria opositora residiria no seu comportamento inovador construído através de processos de representação social, ou seja, de mecanismos de produção de idéias que se difundem no espaço e no tempo. O objetivo do trabalho é verificar se uma baixa capacidade de inovação social explica o fato da esquerda partidária não ter chegado ao executivo estadual de São Paulo e Minas Gerais desde a redemocratização, particularmente, no contexto eleitoral de 1994 a 2006. Analisando clusters espaciais, encontrou-se que baixos indicadores socioeconômicos e desigualdades intra-regionais representam fatores que limitam a difusão de idéias distintas das tradicionais, representando incentivos aos partidos opositores a abandonar conteúdos programáticos, para passar a adotar uma estratégia mais pragmática e moderada. Ao analisar a evolução do PT em São Paulo através de modelos de expansão localmente lineares, verificou-se que havia condições para o partido avançar programaticamente, mas que isso foi se debilitando pela maior dependência em relação à imagem carismática de Lula. Em Minas Gerais, concluiu-se que o PT tinha fortes incentivos a progredir pragmaticamente, devido a descontinuidades de comunicação social ao longo do seu território.
ASSUNTO(S)
eleições disparidades regionais minas gerais teses. representações sociais são paulo teses. partidos politicos são paulo teses. representações sociais minas gerais teses. eleições disparidades regionais são paulo teses. partidos politicos minas gerais teses.
ACESSO AO ARTIGO
http://hdl.handle.net/1843/AMSA-895QB6Documentos Relacionados
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