Comportamento do preço das ações em virtude da expiração do período de lock-up em IPOs e follow-ons

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. contab. finanç.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-08

RESUMO

RESUMO O objetivo deste trabalho foi verificar os efeitos da expiração do lock-up no comportamento dos preços e volumes em IPOs e follow-ons no mercado brasileiro e identificar fatores que possam explicar a existência e magnitude de retornos anormais. Foram encontrados poucos trabalhos que investigassem esse fenômeno no Brasil, que se limitaram à análise de IPOs sem examinarem o efeito em follow-ons e à construção dos retornos anormais acumulados comparados ao Ibovespa, em vez de benchmarks apropriados ao risco de cada ação. Cláusulas de lock-up existem para mitigar o problema de assimetria informacional em ofertas públicas, mas expõem os investidores ao risco da queda de preço após sua expiração. Entender a magnitude desse impacto é importante para investidores do mercado acionário. Por meio da análise deste artigo, investidores poderão estimar a magnitude da variação de preço ao redor da expiração do lock-up, quais fatores explicam os retornos e se há indícios de limitações à venda a descoberto. Aplicou-se o método do estudo de eventos, comparando-se os retornos ao Ibovespa e a uma carteira de referência individual composta por companhias similares. Base de dados: 313 ofertas ocorridas na bolsa brasileira entre 2004 e 2019. Foram encontradas evidências de aumento de volume ao redor da expiração de lock-up em IPOs, mas a queda de preço foi verificada apenas nas empresas que tinham fundos de private equity como acionistas. Em follow-ons, em que a assimetria de informações sobre o emissor é menor, verificou-se situação inversa. Existem diversas extensões e formatos de lock-ups ao redor do mundo, que proporcionam diferentes impactos no volume e preço. Este artigo contribui com a literatura ao analisar esse evento no Brasil e estender a análise também para follow-ons. Uma possível interpretação para o fenômeno são as restrições ao short-selling no mercado brasileiro.

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