Comportamento de pessoas com hipertensão arterial: Estudo fundamentado no modelo de crenças em saúde / Behaviour of persons with hypertension: An analysis based on health belief model

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

O adoecimento crônico requer das pessoas mudança ou aquisição de comportamentos de saúde. No caso da hipertensão arterial os comportamentos envolvem mudanças no estilo de vida. A prevalência da doença, seus riscos de complicações cardiovasculares, com possibilidades de seqüelas transitórias ou permanentes e de morte pela dificuldade de adesão ao tratamento, tem despertado interesse de pesquisadores no mundo inteiro. Com base no Modelo de Crenças em Saúde (MCS) o estudo objetivou avaliar, como se expressam as crenças de pessoas portadoras de hipertensão arterial e identificar como estas pessoas percebem os riscos de complicações da mencionada hipertensão: a susceptibilidade, e a severidade da doença; os benefícios do tratamento adequado e contínuo; e as barreiras enfrentadas para o seguimento do tratamento prescrito e os estímulos para a ação. Estudo seccional realizado com uma amostra de 103 clientes adultos, portadores de hipertensão arterial, inscritos no Programa de Controle de Hipertensão Arterial há pelo menos um ano, com comparecimento no mínimo a sete consultas neste ano e que aceitaram livremente participar do estudo. Coletaram-se dados de julho a dezembro de 2004, em um Centro de Saúde municipal em Fortaleza-CE. Utilizaram-se dois formulários: um baseado no Modelo de Crenças em Saúde e o outro para classificar os participantes em relação à adesão ao tratamento. A análise estatística foi realizada com teste qui-quadrado de Fisher-Fremman-Halton com p <0,05 e os coeficientes de correlação de Pearson e de Rho de Spearman. Os resultados mostraram um grupo com 76,7% de mulheres, cuja idade variou de 22 a 80 anos (média de 57,1 + 11,1); 29,1% com até quatro anos de escolaridade, além de cinco analfabetos, e renda familiar média de R$ 395,00; tempo de diagnóstico e de tratamento de um a 25 anos e de acompanhamento de um a 16 anos; 84,5% têm história familiar de doença cardiovascular; 27,2% estavam com IMC entre 18 e 24,9 kg/m2; 49 com circunferência da cintura nos valores recomendados para mulheres e homens; 35,9% das mulheres demonstraram adesão forte e 4,9% adesão ideal. Apresentaram comportamentos que favorecem a adesão ao tratamento; crenças na susceptibilidade às complicações; na severidade da doença; nos benefícios do tratamento; nas barreiras e nos estímulos para a ação. Os resultados revelaram associação estatisticamente significante entre comportamentos, adesão (p=0,001) e IMC (p=0,045); na dimensão severidade e controle da pressão arterial <140 x 90 mm Hg (p= 0,048 para PAS ; p= 0,001 para PAD); com tempo de tratamento (p= 0,027); adesão e circunferência da cintura de mulheres (p=0,001); adesão e IMC (p=0,012); na dimensão benefícios, seguimento de orientações (p=0,001); ajuda das orientações no tratamento (p=0,013); possibilidade de controlar a pressão arterial (p=0,001); na dimensão barreiras, escolaridade (p=0,024). Os coeficientes de Pearson e de Rho de Spearman mostraram correlações estatisticamente significantes entre médias de pressão arterial sistólica e diastólica (p= 0,001) e (p= 0,023), respectivamente; peso (p=0,010) e (p=0,007) e tempo de diagnóstico (p=0,028) e (p=0,012); adesão (p=0,000) e (p=0,000), respectivamente. Segundo concluiu-se, o grupo tem comportamentos e crenças em relação à severidade da doença, aos benefícios do tratamento, e reconhece barreiras para o tratamento, mas não consegue mostrar bom perfil de adesão.

ASSUNTO(S)

adesão ao tratamento behavior in health hipertensão arterial enfermagem terapia comportamental hypertension aceitação pelo paciente de cuidados de saúde hipertensão cooperação do paciente crenças em saúde comportamento em saúde health belief adherence to treatment

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