Comportamento da mecânica pulmonar após a aplicação de protocolo de fisioterapia respiratória e aspiração traqueal em pacientes com ventilação mecânica invasiva
AUTOR(ES)
Rosa, Fernanda Kusiak da, Roese, Cláudia Adegas, Savi, Augusto, Dias, Alexandre Simões, Monteiro, Mariane Borba
FONTE
Revista Brasileira de Terapia Intensiva
DATA DE PUBLICAÇÃO
2007-06
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A fisioterapia respiratória (FR) em pacientes submetidos a suporte ventilatório invasivo, atua diretamente no sistema ventilatório podendo alterar a mecânica pulmonar através da complacência pulmonar dinâmica (Cdyn) e da resistência do sistema respiratório (Rsr). Porém, as alterações descritas após a realização de FR permanecem controversas. O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações da mecânica pulmonar em pacientes em ventilação mecânica invasiva (VMI). MÉTODO: Foi realizado estudo prospectivo e aleatório, controlado do tipo cruzado, incluindo pacientes com mais de 48 horas em VMI. Os protocolos de fisioterapia respiratória (PF) e de aspiração traqueal isolada (PA) foram aleatorizados para a ordem de aplicação, com intervalo de 24 horas entre eles. Dados da mecânica pulmonar e das variáveis cardiorrespiratórias foram coletados antes da aplicação do protocolo, imediatamente após; 30 minutos e 120 minutos após a aplicação dos protocolos. RESULTADOS: Doze pacientes completaram o estudo. A pneumonia foi a causa mais comum de insuficiência respiratória (IRpA). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos em relação à Cdyn, volume de ar corrente (VAC) e volume-minuto (VM). A Rsr diminuiu de forma significativa imediatamente após (de 10,4 ± 3 cmH2O/L/seg para 8,9 ± 2 cmH2O/L/seg; p < 0,02), 30 minutos após (de 10,4 ± 3 cmH2O/L/seg para 9 ± 2 cmH2O/L/seg; p < 0,01) e 120 min após (de 10,4 ± 3 cmH2O/L/seg para 9 ± 2 cmH2O/L/seg; p < 0,03) a aplicação do protocolo de fisioterapia respiratória. Quando comparado com o protocolo de aspiração traqueal isolada foi significativamente menor nos momentos 30 (9 ± 2 cmH2O/L/seg versus 10,2 ± 2 cmH2O/L/seg; p < 0,04) e 120 minutos (9 ± 2 cmH2O/L/segundo versus 10,4 ± 3 cmH2O/L/seg; p < 0,04). CONCLUSÕES: O protocolo de fisioterapia respiratória foi eficaz na diminuição da Rsr quando comparado com o protocolo de aspiração. Essa diminuição manteve-se duas horas após a sua aplicação, o que não ocorreu quando realizada apenas a aspiração traqueal isolada.
ASSUNTO(S)
aspiração traqueal desobstrução de via aérea fisioterapia respiratória mecânica pulmonar ventilação mecânica
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