Competitividade da cadeia produtiva viti-vinícola do RS

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

No presente trabalho é analisada a competitividade da cadeia produtiva viti-vinícola gaúcha, líder no Brasil. Para tanto, utilizou-se como embasamento teórico a noção de cadeias produtivas, competitividade em cadeias produtivas e a Economia dos Custos de Transação. Assim, visou-se verificar, dentro de cinco níveis de análise, as principais características, peculiaridades e gargalos desta cadeia. Verificou-se que o ambiente institucional exerce grande influência nas atividades da cadeia, sendo esta afetada negativamente pela política tributária do país. Além disso, verificou-se que: o aumento da concorrência interna fez com que a viti-vinicultura gaúcha se atualizasse tecnológica e estrategicamente, buscando produzir de forma mais condizente com a nova realidade; houveram melhorias na fiscalização da qualidade (genuinidade) dos produtos; existem diferentes financiamentos para os segmentos produtivos da cadeia, podendo estes serem considerados satisfatórios; e que a legislação é adequada, apesar de apresentar algumas lacunas. Referente ao ambiente tecnológico, constatou-se que os produtores de insumos, os viticultores e a agroindústria tiveram grande evolução técnica nos últimos anos, mesmo que ainda o segmento vitícola não consiga atender todas as necessidades da agroindústria. As estratégias adotadas pelas empresas tornaram-se mais visíveis e audaciosas, independente do tamanho das cantinas e dos tipos produtos, mesmo que ainda diversas delas possam ser consideradas semi-profissionais ou irracionais. O ambiente organizacional desenvolveu-se bastante nos últimos anos também: verificou-se a criação de novas entidades de classe, o aprimoramento da atuação das já existentes, o aumento da ação do principal órgão de pesquisa, maior inserção das universidades gaúchas, entre outras. Em relação às estruturas de governança, constataram-se aprimoramentos em algumas relações que possibilitaram o aumento da competitividade, além da verificação de diversos gargalos em outras. Assim, enquanto houveram aumentos das parcerias na relação viticultoragroindústria, os segmentos produtores de insumos e os distribuidores ainda exercem grande barganha na relação com os viticultores e a agroindústria. De acordo com este contexto, algumas sugestões de políticas privadas e públicas podem ser apresentadas para aumentar o desenvolvimento competitivo da cadeia gaúcha. Entre as privadas destacam-se o aumento da promoção da imagem dos produtos brasileiros no exterior, consolidação cada vez maior das parcerias para a compra de insumos, melhoria da logística de distribuição de produtos no território nacional, melhoramentos contínuos na viticultura, dentre outras. Já quanto às políticas públicas destacam-se: consolidação da atuação operacional do IBRAVIN, equalização da carga tributária nacional aos níveis de tributação dos países concorrentes do Mercosul, reforma tributária que elimine a tributação em cascata e a desorganização tributária, combate ao contrabando de vinhos principalmente dos países do Mercosul, etc.

ASSUNTO(S)

economia concorrência vinho e vinificação - rio grande do sul economia agroindústria cadeia produtiva

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