Competitiveness of the Brazilian meat swines exports from 1990 to 2004 / Competitividade das exportações brasileiras de carne suína, no período de 1990 a 2004

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

O processo de abertura econômica iniciado na década de 1990 expôs a suinocultura à competição internacional. Com isso, este setor iniciou um processo de reestruturação produtiva no sentido de estimular a modernização, obter ganhos em competitividade e atender às exigências dos consumidores. A importância do estudo da competitividade das exportações de carne suína brasileira refere-se à crescente participação deste segmento na geração de divisas e emprego. Além disso, no âmbito internacional, os principais países competidores adotam uma postura de manter e ampliar suas exportações, o que pode comprometer o desempenho competitivo do país. Considerando a crescente importância desse segmento, buscou-se nesta pesquisa analisar o comportamento das exportações de carne suína em relação aos seus principais concorrentes: Canadá, Estados Unidos e União Européia, no período de 1990 a 2004. Na análise empírica foram aplicados o modelo de elasticidade de substituição e o modelo de Constant Market Share, calculando-se ainda o índice de posição no comércio mundial, o índice de vantagem comparativa revelada e o índice de rentabilidade. A análise do índice de posição indicou que o Brasil vem aumentando sua participação no comércio mundial de carne suína em termos de valor e quantidade, em uma taxa superior à de seus principais concorrentes. Os resultados do índice de rentabilidade apontaram que o país apresenta competitividade, mas que esta tem diminuído ao longo dos anos, devido à queda no preço de exportação, sendo, portanto, necessário aumentar a venda de produtos com maior valor agregado. O índice de vantagem comparativa revelada evidenciou que o país passou a apresentar vantagens nas exportações de carne suína, sendo que este incremento foi superior ao de seus concorrentes. Os valores estimados para o modelo de elasticidade de substituição indicaram que os países importadores associam a carne suína ao seu país de origem, percebendo cada produto como diferente quanto a sua confiabilidade. Esse indicador mostra também que as exportações de carne suína brasileira não competem com as exportações dos Estados Unidos, União Européia e Canadá. A análise de Constant Market Share identificou que a competitividade foi fundamental para a expansão da exportação brasileira de carne suína. De acordo com os resultados, a concorrência entre Brasil e seus principais concorrentes aumentou, e o incremento da participação brasileira no comércio mundial foi proporcionado pelo crescimento da competitividade. Este é explicado por diversos fatores, como a adoção de novas tecnologias de produção, que permitiram o aumento da produtividade, disponibilidade de soja e milho principal insumo utilizado na ração para suínos e ocorreu melhora do perfil genético dos suínos. Logo, no período analisado houve aumento da competitividade da carne suína devido às mudanças pelas quais o setor passou, o que permitiu que as exportações de carne suína brasileira tornassem fundamentais na geração de divisas para o país e que o Brasil se tornasse grande competidor no mercado internacional.

ASSUNTO(S)

concorrência carne de porco exportação pork exports teoria do comercio internacional competition

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