Comparison of the analgesic effect between morphine, tramadol and buprenorphine in cats undergoing ovariohysterectomy. / Comparação do Efeito Analgésico entre Morfina, Tramadol e Buprenorfina em Gatas Submetidas a Ovariossalpingo-histerectomia Eletiva.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

A ovariossalpingo-histerectomia (OSH) é a cirurgia mais comumente realizada na clínica de pequenos animais com objetivos de controlar a população e evitar problemas futuros de ordem reprodutiva. Este procedimento cirúrgico cursa num grau de dor moderado requisitando de um tratamento analgésico adequado. A dor pós-operatória, quando não corretamente diagnosticada e tratada, deixa de ser um mecanismo de defesa natural e torna-se nociva, promovendo alterações sistêmicas relevantes que retardam a recuperação do paciente. O objetivo deste trabalho foi comparar o efeito analgésico no período trans e pós-operatório entre morfina, tramadol e buprenorfina administrados preventivamente em gatas submetidas a OSH. Neste estudo foram utilizadas 30 gatas, sem raça definida e hígidas. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em três grupos de 10 animais. O grupo M recebeu de medicação pré-anestésica (MPA), maleato de acepromazina (0,05 mg/kg) e sulfato de morfina (0,2 mg/kg) pela via intramuscular (IM). O grupo T recebeu acepromazina (0,05 mg/kg) e Tramadol (2 mg/kg) pela via IM. Ao grupo B foi administrado acepromazina na mesma dose e buprenorfina (0,01 mg/Kg) via IM. Após 20 min da MPA, os animais recebiam de indução anestésica tiopental 2,5% na dose de 12,5 mg/kg pela via intravenosa. Os animais eram intubados e mantidos com isoflurano diluído em oxigênio a 100% através do vaporizador universal, conectados a um circuito de Mapleson D (Baraka). A avaliação da dor e sedação foi realizada por um mesmo observador em todos os animais, e este não conhecia o tratamento utilizado (duplo cego). Os tempos de avaliação eram: pré-operatório; 10, 20 e 30 minutos de cirurgia, 1, 2, 4 e 6 horas após o término da mesma. A avaliação subjetiva da dor foi realizada através da escala análoga visual e da escala descritiva nos momentos antes e após a cirurgia. A mensuração dos parâmetros objetivos freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR), temperatura (Temp), glicemia (GL), tempo de perfusão capilar (TPC) e análise de mucosas foram realizados nos momentos antes, durante e após a cirurgia, já a aferição da pressão arterial sistólica (PAS) e saturação de oxigênio na hemoglobina (SpO2) foram realizadas somente durante o procedimento cirúrgico. A comparação dos parâmetros objetivos e subjetivos entre os três grupos foi realizada pela Análise de Variância de Kruskal-Wallis, seguido do teste Mann-Whitney, sempre que houvesse diferenças significativas entre os tratamentos (p<0,05). Dentro de cada grupo, foi utilizada pela Análise de Variância de Friedman para as comparações entre os diversos momentos, seguido do teste de Wilcoxon para a identificação dos momentos diferentes (p<0,05). Os animais do grupo buprenorfina (B) se apresentaram mais sedados em todos os momentos avaliados, seguido do grupo morfina (M) e por último o grupo tramadol (T). Na avaliação da dor pela VAS, o grupo tramadol demonstrou um menor grau de dor nas primeiras 2 horas, seguido pelos grupos morfina e buprenorfina. Na avaliação da dor pela escala descritiva, o tramadol apresentou melhor efeito analgésico nos momentos 2, 4, e 6 horas. Os valores de freqüência cardíaca permaneceu relativamente constante durante todo o procedimento cirúrgico, só sendo diferente nos momentos 4 e 6 horas onde a buprenorfina apresentou valores mais altos. No presente estudo, a diminuição da FR foi mais pronunciada no grupo morfina. Não foi observada diferença na PAS entre os grupos. O grupo buprenorfina apresentou valores mais altos de glicose no momento 6 horas. Neste estudo, a temperatura corporal não diferiu entre os grupos nos momentos pré e pós-operatório. Com este estudo, pode-se concluir que o tramadol na dose e regime empregados mostrou-se mais eficiente que a morfina e a buprenorfina em controlar a dor pós-operatória da OSH em gatas, sem apresentar efeitos colaterais.

ASSUNTO(S)

opioids medicina veterinaria cats. pre-emptive analgesia opióides gatos. analgesia preventiva

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