Comparação entre os sistemas políticos da Argentina, do Brasil e do Chile: raízes históricas
AUTOR(ES)
Tella, Torcuato Di
FONTE
Revista Brasileira de Ciências Sociais
DATA DE PUBLICAÇÃO
2010-02
RESUMO
O artigo propõe uma comparação entre os sistemas políticos do Brasil, da Argentina e do Chile, levando em conta aspectos históricos distintivos da formação das classes sociais e suas expressões políticas nos três países, notadamente a influência da imigração estrangeira. Ressalta-se que, na Argentina, a enorme quantidade de imigrantes estrangeiros, especialmente europeus, sem cidadania (até 70% na burguesia urbana e no proletariado qualificado) impediu a formação de um partido liberal de peso e, por conseguinte, de uma força de direita moderna, debilitando também as alternativas socialdemocratas e socialistas. No Chile, a classe trabalhadora e a população como um todo, apesar da significativa presença estrangeira, conservou-se mais homogênea e nacional. No Brasil, a abundância de mão-de-obra barata dificultou, desde o início do século XX, a formação de um partido socialista ou de corte radical, ambos existentes, em contrapartida, na Argentina e no Chile. Posteriormente, o varguismo teve um forte apelo popular, porém concentrado nas áreas urbanas. A classe operária constituída durante a industrialização do Brasil era proveniente do interior e carecia de memória histórica, estando assim disposta para novas experiências, como a do PT. Já na Argentina, o estancamento industrial faz com que sua classe operária atual se mantenha muito semelhante à dos primórdios do peronismo, favorecendo a persistência dessa expressão política.
ASSUNTO(S)
socialismo peronismo varguismo liberalismo imigração
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