Comparação entre as técnicas de bloqueio do plano do músculo eretor da espinha e bloqueio epidural para analgesia pós-operatória em colecistectomias abertas: um ensaio clínico randomizado

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Anestesiol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-02

RESUMO

Resumo Justificativa e objetivo: O Bloqueio do Plano do Músculo Eretor da Espinha (ESP block) é um bloqueio relativamente novo, inicialmente descrito para analgesia de dor torácica crônica, porém já descrito para anestesia e analgesia em procedimentos cirúrgicos torácicos e, mais recentemente, para cirurgias abdominais altas. O estudo objetivou comparar as técnicas de bloqueio ESP e bloqueio Epidural com morfina e anestésico local para analgesia pós-operatória de cirurgias de colecistectomia aberta. Método: Estudo clínico randomizado controlado, unicego com 31 pacientes (ESP block, n = 15; Epidural, n = 16), de ambos os sexos, idades entre 27 e 77 anos. O ESP block foi realizado no nível de T8 com injeção de 20 mL de ropivacaína 0,5% bilateral. O bloqueio Epidural foi realizado no espaço T8-T9 com 20 mL de ropivacaína 0,5% e 1 mg de morfina. Resultados: O grupo ESP block apresentou valores médios de dor pela Escala Visual Numérica (EVN) maiores nas avaliações até 2 horas (p= 0,001) e em 24 horas (p= 0,001). O grupo ESP block apresentou um risco três vezes maior - 43,7%vs.13,3% - de uso de opioide de resgate em 24 horas pós-operatórias do que o grupo epidural (RR = 3,72; 95% IC 0,91 a 15,31; p= 0,046). Conclusão: Nas doses realizadas nesse estudo, o ESP block não se mostrou uma técnica efetiva para analgesia pós-operatória de colecistectomia aberta, com mais uso de opioide de resgate e sem diferenças na escala visual numérica de dor. Necessita-se de estudos mais abrangentes avaliando a eficácia do ESP block para o componente visceral e somático abdominal, considerando o nível do bloqueio específico.

Documentos Relacionados