Comparação do nicho trófico entre dois predadores no norte do estado do Rio de Janeiro, Brasil: uma abordagem de isótopos estáveis
AUTOR(ES)
Beneditto, Ana Paula Madeira Di, Rezende, Carlos Eduardo, Camargo, Plínio Barbosa, Kehrig, Helena Amaral
FONTE
Biota Neotrop.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2013-09
RESUMO
O nicho trófico dos predadores simpátricos Pontoporia blainvillei (golfinho franciscana) e Trichiurus lepturus(peixe-espada) foi comparado através de razões de isótopos estáveis (δ15N and δ13C) nos tecidos hepático e muscular para compreender como eles coexistem no norte do Estado do Rio de Janeiro (21°30′S-22°15′S), sudeste do Brasil. Os espécimes do golfinho foram capturados acidentalmente em pescarias comerciais com rede de espera, enquanto os espécimes do peixe foram alvo dessas pescarias. Os predadores apresentaram valores similares de δ15N no fígado (P. blainvillei: 14.6 ± 1.0;T. lepturus: 14.4 ± 0.6), o que indica posição trófica semelhante quanto à ingestão alimentar recente. No entanto, P. blainvillei apresentou valores mais leves de δ15N no músculo (13.8 ± 1.0) em relação a T. lepturus (15.0 ± 0.4), revelando diferenças na dieta de longo prazo que podem estar relacionadas ao tamanho das presas ingeridas. As assinaturas de δ13C indicaram uma cadeia alimentar preferencialmente costeira e bentônica para P. blainvillei(fígado: −15.2 ± 0.6; músculo: −16.0 ± 0.5) e uma cadeia alimentar mais oceânica e pelágica para T. lepturus(fígado: −17.2 ± 0.6; músculo: −16.8 ± 0.3). As variâncias isotópicas do fígado e do músculo revelaram uma maior amplitude de nicho para P. blainvillei em relação a T. lepturus, com maior aproveitamento dos recursos alimentares disponíveis em águas costeiras. Na área de estudo, as diferenças no uso do habitat e na exploração de recursos alimentares estão favorecendo a coexistência dos predadores.
ASSUNTO(S)
nicho trófico vertebrados marinhos isótopos estáveis rio de janeiro atlântico sul ocidental
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