Comparação de métodos de PCR e amostras clínicas para o diagnóstico de leishmaniose visceral em cães assintomáticos

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/02/2011

RESUMO

A leishmaniose visceral (LV) é um grave problema de saúde pública no Brasil. Na área urbana o cão é a principal fonte de infecção e o controle da LV no Brasil envolve a eliminação de cães infectados. Testes sorológicos são utilizados para os levantamentos rotineiros, mas estes apresentam problemas de especificidade e sensibilidade. Os métodos moleculares como a PCR são úteis tanto no diagnóstico como na identificação das espécies de Leishmania. São capazes de detectar animais infectados soronegativos e são mais sensíveis e específicos, particularmente no diagnóstico de cães assintomáticos. Um dos maiores obstáculos na implementação de ensaios moleculares é a falta de padronização. Mais de 400 publicações sobre o diagnóstico molecular da leishmaniose foram realizadas desde 1989, porém pouquíssimas compararam a eficiência das diversas técnicas disponíveis. O objetivo deste trabalho foi comparar diferentes métodos de PCR em diferentes amostras clínicas para o diagnóstico de leishmaniose visceral canina (LVC) em cães assintomáticos. Amostras clínicas de medula óssea, sangue periférico, swab conjuntival e biópsias de pele foram analisadas pelos métodos kDNA PCR hibridização, kDNA semi nested PCR (kDNA snPCR), Leishmania nested PCR (LnPCR) e Internal Transcribed Spacer 1 nested PCR (ITS-1 nPCR). Foram utilizados 30 cães assintomáticos positivos na sorologia e no exame parasitológico. Seis cães não infectados foram utilizados como controles. A extração de DNA a partir dos swabs foi realizada pelo método do Fenol-Clorofórmio. Para as amostras de sangue, medula e biópsias de pele foram utilizados kits comerciais. As análises pelo método kDNA PCR hibridização detectaram 5/30 (16,7%) cães positivos para as amostras de sangue periférico, 17/30 (57%) para pele, 19/30 (63,3%) para medula e 21/30 (70%) para swab conjuntival. Utilizando-se o método kDNA snPCR, foram encontrados 7/30 (23,3%) cães positivos para sangue periférico, 17/30 (57%) para pele, 12/30 (40%) para as amostras de medula e 24/30 (80%) para amostras de swab conjuntival. Através de método LnPCR foram detectados 9/30 (30%) cães positivos para as amostras de sangue periférico, 15/30 (50%) para medula, 13/30 (43,3%) para as amostras de pele e 19/30 (63,3%) para swab conjuntival. As análises pelo método ITS-1 nPCR das amostras de sangue periférico detectaram 19/30 (63,3%) cães positivos, 19/30 (63,33%) para pele, 29/30 (97%) para medula óssea e 29/30 (97%) para swab conjuntival. Quando comparados os métodos com base no somatório das positividades obtidas para todas as amostras clínicas, o método ITS-1 nPCR obteve 96/120 resultados positivos, o kDNA PCR hibridização 62/120, o kDNA snPCR 60/120 e o LnPCR 56/120. Na comparação da amostras com base na positividade obtida para todos os métodos o swab conjuntival apresentou 93/120 resultados positivos, a medula 68/120, a pele 63/120 e o sangue 40/120. Os resultados deste estudo indicam o swab conjuntival associado ao método ITS 1 nPCR como a melhor opção, entre os métodos e amostras testados, para o diagnóstico molecular da leishmaniose visceral canina em animais assintomáticos. Palavras-chave: Leishmaniose Visceral canina; Reação em Cadeia da Polimerase (PCR); Diagnóstico.

ASSUNTO(S)

parasitologia leishmaniose visceral diagnóstico leishmaniasis diagnosis dogs infection diseases

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