Comparação de enxertos com fáscia do músculo temporal e cartilagem de espessura total em timpanoplastias tipo 1 em crianças

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. j. otorhinolaryngol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-12

RESUMO

Resumo Introdução: Vários materiais de enxerto foram usados para o fechamento da perfuração da membrana timpânica. Há poucos estudos na literatura que comparam diferentes materiais de enxerto em populações pediátricas. De acordo com nossa pesquisa, não há estudo que tenha medido a espessura da cartilagem tragal em timpanoplastia pediátrica. A espessura da cartilagem tragal não é uniforme em todos os pacientes. Objetivo: Comparar os resultados anatômicos e funcionais da fáscia do músculo temporal e da cartilagem tragal com espessura total em timpanoplastias tipo 1 em crianças. Método: No total, 78 pacientes (38 do sexo masculino, 40 do sexo feminino; média de idade de 10,02 ± 1,98 anos; variação: 7-18 anos) submetidos a timpanoplastia tipo 1 em nossa clínica foram incluídos. Os resultados demográficos, anatômicos e funcionais foram registrados. A fáscia do músculo temporal e a cartilagem tragal foram usadas como materiais de enxerto. A cartilagem tragal foi usada sem fresagem e a sua espessura foi medida com um micrômetro. Os resultados anatômicos e funcionais da cartilagem e da fáscia foram comparados. Os resultados audiométricos comparando os grupos (cartilagem e fáscia) foram avaliados em 6 meses, e o acompanhamento dos pacientes prosseguiu até 1 ano após a cirurgia. Enxerto intacto e um intervalo aéreo-ósseo (gap) ≤ 20 dB foram considerados como sucesso cirúrgico. Os resultados com um valor p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados: A taxa de sucesso do enxerto foi de 92,1% para o grupo cartilagem e de 65,0% para o grupo fáscia temporal. No grupo fáscia, o gap no pré-operatório foi 33,68 ± 11,44 dB, e 24,25 ± 12,68 dB no pós-operatório. No grupo cartilagem, o gap no pré-operatório foi 35,68 ± 12,94 dB, e 26,11 ± 12,87 no pós-operatório. A taxa de sucesso anatômico no grupo cartilagem foi significantemente melhor que a do grupo fáscia (p < 0,01). Não houve diferença estatisticamente significante nos resultados funcionais entre os grupos fáscia e cartilagem (p > 0,05). A espessura média da cartilagem tragal na população pediátrica foi 0,693 ± 0,094 mm em meninos e 0,687 ± 0,058 mm em meninas. Conclusões: Nossos dados sugerem que a taxa de sucesso anatômico para uma timpanoplastia com enxerto de cartilagem seja maior que a de uma timpanoplastia com enxerto de fáscia. Os resultados funcionais com cartilagem não foram diferentes daqueles com fáscia, embora não tenhamos fresado a cartilagem tragal. Porém, novos estudos devem concentrar-se na relação entre a espessura da cartilagem tragal e a taxa de sucesso da timpanoplastia.

ASSUNTO(S)

criança fáscia audição espessura cartilagem tragal timpanoplastia

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