Como uma equipe de Estratégia de Saúde da Família pode organizar um fluxo para puericultura na UBS?
AUTOR(ES)
Núcleo de Telessaúde Sergipe
FONTE
Núcleo de Telessaúde Sergipe
DATA DE PUBLICAÇÃO
12/06/2023
RESUMO
Como a primeira consulta da criança pode ser programada pela equipe, é possível adaptar a agenda para o referido momento, adequando o tempo da consulta às suas necessidades inerentes. Reservar dois horários de consultas normais para a primeira consulta da criança garantirá mais tempo do profissional com a família (3).
Ao planejar o fluxo de atendimento da puericultura que melhor se adapte ao seu contexto, os profissionais de saúde devem lembrar que a atenção à saúde deve ser personalizada. Os procedimentos devem ser adaptados às necessidades da criança e/ou da família, dependendo de fatores de risco e resiliência e, evidentemente, da estrutura e recursos do serviço de saúde (5).
É importante avaliar no novo Sistema de Informação em Saúde da Atenção Básica (SISAB) que substitui o SIAB, o número de crianças, especialmente menores de 5 anos, para planejar o fluxo de atendimento de puericultura e agendar conforme a necessidade da realidade local.
O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1a semana, no 1o mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque representam momentos de oferta de imunizações e de orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. As crianças que necessitem de maior atenção devem ser vistas com maior frequência. Este calendário de consultas representa um consenso em relação à bibliografia consultada (grau de recomendação D) (5).
A puericultura, é voltada principalmente para os aspectos de prevenção e de promoção da saúde, atua no sentido de manter a criança saudável para garantir seu pleno desenvolvimento, de modo que atinja a vida adulta sem influências desfavoráveis e problemas trazidos da infância. Suas ações priorizam a saúde em vez da doença. Seus objetivos básicos contemplam a promoção da saúde infantil, prevenção de doenças e educação da criança e de seus familiares, por meio de orientações antecipatórias aos riscos de agravos à saúde, podendo oferecer medidas preventivas mais eficazes (6).
A Rede Cegonha propõe garantir a todos os recém-nascidos boas práticas de atenção, embasadas em evidências científicas e nos princípios de humanização, constituindo uma grande preocupação do Ministério da Saúde a qualificação da puericultura do Recém- nascido/lactente na atenção básica, mas para tal é essencial uma chegada ágil e qualificada do RN para início de acompanhamento (2).
Todo protocolo deve ser flexível, permitindo que determinadas circunstâncias indiquem a necessidade do aumento do número de consultas. Por outro lado, a ausência de fatores de alto risco ou a presença de trunfos específicos pode determinar uma diminuição do número de consultas, transferindo uma parte maior da responsabilidade aos pais ou às iniciativas da comunidade (6).
São fundamentais a utilização e o adequado preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança para o registro das principais informações de saúde da criança, instrumentos como esse são reconhecidos como facilitadores da comunicação entre pais e profissionais (3).
Importante: O recém-nascido de alto risco deverá manter o calendário de acompanhamento na atenção básica/atenção primária, além do acompanhamento pelo ambulatório de atenção especializada. Devendo ser acompanhado até pelo menos o segundo ano completo de vida (mínimo de duas avaliações por ano); o acompanhamento até o quinto ano é desejável, para melhor avaliação da função cognitiva e da linguagem (2).
A redução da mortalidade infantil é ainda um grande desafio no País para os gestores, profissionais de saúde e para a sociedade como um todo. Apesar da queda importante na última década, decorrente da redução da mortalidade pós-neonatal (28 dias a 1 ano de vida) os índices são ainda elevados, há uma estagnação da mortalidade neonatal no país (0 a 27 dias de vida) – principal componente da mortalidade infantil desde a década de 90 – e uma concentração nas regiões e populações mais pobres, refletindo as desigualdades sociais .Não existem estudos bem delineados avaliando o impacto e o número ideal de consultas para crianças assintomáticas, e talvez nunca existam, devido a uma limitação ética: privar crianças de ações preventivas já consagradas em busca de evidências (grau de recomendação D) (5).
As equipes de saúde devem estar atentas às crianças que não comparecerem à Unidade de Saúde na 1.ª semana de vida. Neste caso, os Agentes Comunitários de Saúde deverão fazer visita domiciliar e encaminhar a criança e a mãe à Unidade de Saúde (4). Ao pactuar com os pais o calendário de consultas, devemos sempre levar em consideração o contexto familiar, as necessidades individuais e os fatores de risco e resiliência (5).
É importante a equipe de saúde, promover o incentivo à participação da família em toda à atenção à criança, envolvendo-a com a informação sobre os cuidados e problemas de saúde, bem como nas propostas de abordagem e intervenções necessárias, entendidas como direito de cada cidadão e potencial de qualificação e humanização da assistência às crianças (Participação da família) (1).
ASSUNTO(S)
processo de trabalho na aps enfermeiro a46 consulta com profissional de atenção primária à saúde (aps) a62 procedimento administrativo atenção primária à saúde cuidado da criança estratégia saúde da família medicina de família e comunidade d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais
ACESSO AO ARTIGO
https://aps-repo.bvs.br/aps/como-uma-equipe-de-estrategia-de-saude-da-familia-pode-organizar-um-fluxo-para-puericultura-na-ubs/Documentos Relacionados
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