Como organizar rodas de conversa sobre plantas medicinais?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Santa Catarina

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

As rodas de conversa favorecem a troca de saber e identificação de plantas medicinais disponíveis nos quintais ou usadas concomitantemente como medicamento. Este espaço de reflexão torna-se importante tendo em vista que as espécies vegetais possuem princípios-ativos e pode interagir, causar reações adversas, apresentar toxicidade e∕ou serem contraindicadas (1). O encontro é organizado com duração de 1hora. Pode ser realizada em parceria com pastoral da saúde, associação de bairro, líderes de comunidade, escolas entre outros. São coordenadas por um profissional da equipe de saúde da família ou Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF)

com a participação dos ACS. Sugere-se que antes da realização do primeiro encontro a equipe realize um levantamento das plantas utilizada ou conhecida pela comunidade. Após este levantamento, escolhe-se a planta medicinal a ser estudada, coleta-se um exemplar na comunidade, realiza-se a identificação botânica (que pode ser realizada em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI),

EMBRAPA), Horto didáticos e herbários de universidades ou Telessaúde), agenda-se o dia da primeira roda de conversa mediante um convite aos usuários feito pelos ACS durante as visitas domiciliares.

A roda de conversa inicia com o nome popular, pelo contato com a planta (cheirar, tocar, mascar) e a socialização das indicações e formas de uso popular. Posteriormente, o coordenador da roda realiza o registro das informações e compartilham as informações sobre aspectos botânicos, agronômicos, químicos, terapêuticos (ação farmacológica, contraindicação, efeitos adversos, forma de uso, precauções) das diferentes espécies chamadas pelo mesmo nome popular, bem como o nome científico da planta (3).

Esta aproximação recíproca entre profissionais e comunidade nas rodas de conversa permite alianças, a participação comunitária, a educação em saúde e os trabalhos em grupo. A planta medicinal, neste espaço, poderá ser uma ferramenta mediadora para educação popular e promoção de saúde. Uma conversa simples sobre o uso de plantas medicinais no contexto comunitário poderá favorecer a interação com o usuário. As rodas de conversas irão  estimular o usuário a se expressar, tirar dúvidas, relatar sobre o uso simultaneamente com outros recursos terapêuticos. Este clima de valorização e diálogo sobre os recursos e práticas autônomas e populares locais favorece a promoção e cuidado em saúde. Além disso, fortalece uma rede, um coletivo de pessoas, que trocam, conversam, interagem e se ajudam. Nesse meio, o princípio que orienta as relações pessoais é a reciprocidade (1,2).

Ao final do encontro, pode ser elaborado um boletim informativo visando socializar as informações populares e científicas compartilhadas na roda de conversa (4).

(3):

A partir desta roda de conversa a equipe poderá organizar horta comunitárias, horto didáticos ou farmácias vivas seguindo as recomendações da Portaria 886 de 20 de março de 2010 (13) e a Resolução RDC 18 de 3 de março de 2013 (14). Este espaço educativo contribui para interação de saberes, promoção e cuidado em saúde no âmbito dos serviços (2,15).

ASSUNTO(S)

processo de trabalho na aps enfermeiro a45 educação em saúde/aconselhamento/dieta a58 aconselhamento terapêutico / escuta terapêutica aconselhamento plantas medicinais d - opinião desprovida de avaliação crítica/baseada em consensos/estudos fisiológicos/modelos animais

Documentos Relacionados