Como evitar o uso inadequado de antibióticos nas infecções de vias aéreas superiores? Posição de um painel de especialistas
AUTOR(ES)
Piltcher, Otávio Bejzman, Kosugi, Eduardo Macoto, Sakano, Eulalia, Mion, Olavo, Testa, José Ricardo Gurgel, Romano, Fabrizio Ricci, Santos, Marco Cesar Jorge, Di Francesco, Renata Cantisani, Mitre, Edson Ibrahim, Bezerra, Thiago Freire Pinto, Roithmann, Renato, Padua, Francini Greco, Valera, Fabiana Cardoso Pereira, Lubianca Neto, José Faibes, Sá, Leonardo Conrado Barbosa, Pignatari, Shirley Shizue Nagata, Avelino, Melissa Ameloti Gomes, Caixeta, Juliana Alves de Souza, Anselmo-Lima, Wilma Terezinha, Tamashiro, Edwin
FONTE
Braz. j. otorhinolaryngol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2018-06
RESUMO
Resumo Introdução: A resistência bacteriana a antibióticos nos processos infecciosos é um fato crescente nos últimos anos, especialmente devido ao seu uso inapropriado. Ao longo dos anos vem se tornando um grave problema de saúde pública devido ao prolongamento do tempo de internação, elevação dos custos de tratamento e aumento da mortalidade relacionada às doenças infecciosas. Quase a metade das prescrições de antibióticos em unidades de pronto atendimento é destinada ao tratamento de alguma infecção de vias aéreas superiores, especialmente rinossinusites, otite média aguda supurada e faringotonsilites agudas, sendo que uma significativa parcela dessas prescrições é inapropriada. Nesse contexto, os otorrinolaringologistas têm um papel fundamental na orientação de pacientes e colegas não especialistas, para o uso adequado e racional de antibióticos frente a essas situações clínicas. Objetivos: Realizar uma revisão das atuais recomendações de utilização de antibióticos nas otites médias, rinossinusites e faringotonsilites agudas adaptadas à realidade nacional. Método: Revisão na base PubMed das principais recomendações internacionais de tratamentos das infecções de vias aéreas superiores, seguido de discussão com um painel de especialistas. Resultados: Os antibióticos devem ser utilizados de maneira criteriosa nas infecções agudas de vias aéreas superiores não complicadas, a depender da gravidade da apresentação clínica e dos potenciais riscos associados de complicações supurativas e não supurativas. Conclusões: Constantes revisões a respeito do tratamento das principais infecções agudas são necessárias para que sejam tomadas medidas coletivas no uso racional e apropriado de antibióticos. Somente com orientação e transformações no comportamento de médicos e pacientes é que haverá mudanças do paradigma de que toda infecção de vias aéreas superiores deva ser tratada com antibióticos, minimizando por consequência os efeitos de seu uso inadequado.
ASSUNTO(S)
infecções do trato respiratório superior antibióticos resistência bacteriana a drogas rinossinusite aguda otite média aguda
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