Como e porque idosos brasileiros usam a televisão : um estudo dos usos e gratificações associados ao meio

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

Os idosos são o segmento da população que mais assiste televisão, sendo essa sua principal forma de lazer. De modo geral têm opinião favorável sobre a qualidade da programação, mostram grande aceitação dos conteúdos, alta afinidade com o veículo e apontam-no como sua principal fonte de informação e entretenimento. Segundo o modelo dos Usos e Gratificações esses dados indicam que ver TV é a estratégia com a qual o idoso, à falta de outros recursos, supre em parte suas necessidades psicológicas. Este trabalho estudou a relação entre os atributos sociodemográficos (idade, gênero, escolaridade, renda, religião e indicadores do ambiente de mídia e de envolvimento social), o repertório de lazer e as necessidades de um grupo de idosos (variáveis preditoras) e o tempo que dedicavam ao meio, suas preferências, sua opinião e afinidade em relação à TV (variáveis critério). Foram 106 idosos (80 mulheres), entre 60 e 91 anos (X= 68), que viviam na comunidade, onde freqüentavam grupos de lazer e educação. Formaram amostra de conveniência que preencheu questionário impresso, contendo 57 questões fechadas e abertas. Análises univariadas mostraram padrões intensivos de uso (X = 4.73 horas/dia), notadamente de programas de informação (telejornais), de entretenimento (novelas), veiculados à noite e motivados pela busca de informação, entretenimento, hábito e companhia. Embora criticando o excesso de violência e de sexo na TV, dizendo-se insatisfeitos com a forma e a freqüência com que são apresentados na tela e apontando a insensibilidade da programação diante das necessidades dos idosos, mostraram alta afinidade com a TV, qualificando-a como importante para suas vidas e como poderosa ferramenta de ação social e cultural. Análises multivariadas revelaram interações significantes entre as variáveis. Tanto as motivações de uso quanto as atividades de lazer mostraram-se preditoras efetivas de padrões de uso da mídia. Não foi este o caso dos atributos sociodemográficos escalados. Os dados discutem-se à luz do modelo de usos e gratificações.

ASSUNTO(S)

psicologia social comunicação de massa televisão gerontologia

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