Comenius e o poder instrutivo dos anjos

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Hist. Educ.

DATA DE PUBLICAÇÃO

11/02/2019

RESUMO

Resumo: Juan Amos Comenius, educador morávio do século XVII, produziu diversos textos que tratavam sobre educação, filosofia, teologia, ciência, entre outros. Na tradição dos estudos herméticos, cabalistas e rosacruzes, Comenius considerava os anjos não apenas guardiões, mas também professores, que, em alguns casos, ensinam diretamente às pessoas. Tendo como ponto de partida as questões levantadas pelos textos de Frances Yates e Maria Lúcia Spedo Hilsdorf a respeito desse caráter específico da ação angelical, analisamos os modos como os anjos são mencionados em seis diferentes obras do autor, a saber, O labirinto do mundo e o paraíso do coração, Didática magna, Orbis sensualium pictus, A escola da infância, Pampaedia e O único necessário.. Concluímos que, para esse educador, os anjos constituem um objeto de conhecimento, seres que estão presentes e que ensinam por meio de inspirações e sonhos, mas que, em situações extraordinárias (e necessárias) como aquela que eles viviam, poderiam fazer sua ação instrutiva de forma mais incisiva e presente. Apontamos, ainda, para a indissociabilidade (e continuidade) entre as questões dos âmbitos divino e mundano na visão comeniana de conhecimento e de educação.Abstract: Juan Amos Comenius, a Moravian educator of the XVII century, produced several texts about education, philosophy, theology, science, among others. Following the tradition of hermetic, cabalistic and Rosicrucian studies, Comenius considered that the angels are not only guardians, but also teachers, who, in some cases, teach people directly. Starting with the questions raised by the texts of Frances Yates and Maria Lucia Spedo Hilsdorf about this specific angelic trait, we analyze the way that the angels are quoted in six different Comeniu’s books, namely, O labirinto do mundo e o paraíso do coração, Didática magna, Orbis sensualium pictus, A escola da infância, Pampaedia and O único necessário. We conclude that, for Comenius, the angels are an object of knowledge, beings who are present and teach through inspirations and dreams, but in extraordinary situations (and necessary) as the ones they lived, they could do their instructive action in a more incisive and present way. We also point to the inseparability (and continuity) between the questions of the divine and mundane realm in the Comenius’view of knowledge and education.

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