Coinfecção por HIV e o vírus da hepatite C. Qual o perfil deste paciente hoje?
AUTOR(ES)
ANTONELLO, Vicente Sperb, ANTONELLO, Ivan Carlos Ferreira, ZALTRON, Rosana Ferrazza, TOVO, Cristiane Valle
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-09
RESUMO
RESUMO Contexto - O aumento da sobrevida após a introdução da terapia antirretroviral nos pacientes vivendo com HIV tem como consequência o aparecimento de doenças emergentes nestes pacientes, como a hepatite pelo vírus C, doenças renais e cardiovasculares. Objetivo - O presente estudo tem como objetivo investigar as diferenças entre monoinfectados por HIV e coinfectados por HIV/virus da hepatite C, considerando aspectos demográficos e clínicos de pacientes atendidos em uma clínica de HIV/AIDS em Porto Alegre, Brasil. Métodos - Revisão de prontuários médicos de 1.030 indivíduos vivendo com HIV em uma clínica especializada em Porto Alegre, Brasil. Dados clínicos e demográficos foram coletados a partir dos registros dos pacientes atendidos entre março de 2008 e dezembro de 2012 na referida clínica. Resultados - O presente estudo é um estudo transversal com indivíduos vivendo com HIV, atendidos em um serviço municipal de HIV/AIDS em Porto Alegre, Brasil. A prevalência de hepatite pelo vírus C na presente coorte de estudo foi 11,8% (IC 95%: 9,9%-13,8%). Hipertensão e proteinúria patológica eram ocorrências mais comuns em coinfectados do que monoinfectados. Por outro lado, dislipidemia foi mais comuns entre monoinfectados. Não houve diferença entre os grupos quanto contagem de linfócitos CD4 totais ou HIV-RNA. Variáveis significativas na análise univariada com P<0,05 foram ainda analisadas usando um modelo de regressão de Poisson com variância robusta. Coinfectados eram mais velhos, com os níveis de lipídios mais baixos e maior prevalência de proteinúria patológica em comparação com indivíduos monoinfectados. Apesar de os coinfectados apresentarem maior prevalência de estarem em uso de regime contendo tenofovir, houve uma forte associação dos indivíduos infectados pelo vírus da hepatite C com proteinúria patológica e ausência de dislipidemia. Conclusão - Clínicos devem reconhecer que coinfectados e monoinfectados pertencem a grupos diferentes quanto aos fatores de risco tradicionais e aqueles associados ao HIV, devendo estes serem manejados e rastreados de forma individual, para prevenir complicações cardiovasculares e renais.
ASSUNTO(S)
infecções oportunistas relacionadas com a aids hepacivirus coinfecção terapia antirretroviral de alta atividade
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