Coesão textual da linguagem dos pre-adolescentes

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

1980

RESUMO

O presente estudo tem como objeto os diferentes mecanismos de coesão que transformam um conjunto de orações em um texto, um "todo unificado". A pesquisa procurou verificar se a variação entre língua escrita e falada, e as variáveis sociais consideradas (classe social e sexo do informante) influem na opção por determinado mecanismo. Os dados que compõem o corpus foram coletados junto a quarenta informantes, vinte de classe A e vinte de classe B, sendo dez meninos e dez meninas de cada classe; todos eles pré-adolescentes. Todos os mecanismos de coesão textual foram levantados, tanto de linguagem escrita como de linguagem oral. Calculamos um quociente para cada informante e também a média desses quocientes, considerando as variáveis sociais e a variável estilística. Calculamos o índice de ocorrência de cada mecanismo de coesão, o que nos permitiu observar quais os mecanismos que mais ocorrem na linguagem dos pré-adoles centes. A análise revela a existência de diferenças quanto à frequência dos mecanismos de coesão: aIgumas devido à diferença entre língua escrita e língua falada, outras devido a fatores sociais. Verifica-se que na língua escrita os informantes empregaram mais a coesão lexical do que a referência e que, na linguagem oral, a desinência verbal é mais usada como mecanismo de coesão pelos informantes de classe B. Os resultados revelam, ainda, uma certa uniformidade das classes sociais quanto à variação entre língua escrita e falada. Conclui-se que as classes sociais diferem no uso de determinados mecanismos de coesão com as diferenças entre língua escrita e falada, por exemplo: a classe A emprega mais a referência na linguagem oral, enquanto que a classe B emprega-a mais na linguagem escrita; a elipse é mais usada pela classe B na linguagem oral e é mais usada pela classe A na linguagem escrita.

ASSUNTO(S)

coesão (linguistica) adolescencia - linguagem

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