Clostrídios entéricos de leitões neonatos, desenvolvimento e avaliação de uma vacina experimental

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

25/11/2011

RESUMO

O envolvimento dos clostrídios como agentes causadores de diarreia em leitões neonatos tem crescido no mundo todo. No Brasil, são escassos os relatos da ocorrência de Clostridium difficile e Clostridium perfringens tipos A e C como causadores de diarreia em leitões, devido à ausência de diagnóstico laboratorial destes agentes. Diante deste quadro, os objetivos desse estudo foram determinar a frequência dos clostrídios entéricos que acometem leitões neonatos com até sete dias de vida, em granjas comerciais acima de 500 matrizes, localizadas na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, no estado de Minas Gerais, Brasil; e desenvolver e avaliar uma vacina polivalente, contendo os toxóides alfa de C. perfringens tipo A, beta de C. perfringens tipo C e A/B de C. difficile. Dos 60 animais utilizados neste trabalho, em 12 (20%) foi possível isolar e genotipificar C. difficile a partir das fezes, sendo cinco (41,7%) do grupo diarreico e sete (58,3%) do grupo não diarreico. Na interpretação dos dados da detecção qualitativa das toxinas A/B de C. difficile pelo ELISA, observou-se que dos 60 animais analisados em 10 (16,7%) foi possível a identificação das toxinas. Destes 10 leitões, sete (70%) eram do grupo diarreico e os outros três (30%) do grupo não diarreico. Na necropsia, 13 leitões (21,67%) apresentaram edema de mesocólon, principal alteração macroscópica associada com a infecção por C. difficile. Dos 13 animais que apresentavam edema de mesocólon, oito (61,54%) eram do grupo diarreico e os outros cinco (38,46%) do grupo não diarreico. À microscopia, 16 animais apresentaram lesões histopatológicas, caracterizadas por lesões inflamatórias. Destes 16 leitões, sete (43,75%) apresentavam o quadro clínico de diarreia e outros nove (56,25%) eram não diarreicos. Dos 60 animais utilizados neste trabalho, em 50 (83,3%) foi possível isolar colônias características de C. perfringens a partir das fezes. Com a tipificação destas amostras, observou-se que todas eram C. perfringens tipo A. Destas 50 amostras de C. perfringens tipo A, 23 (46%) foram isoladas de animais com diarreia e 27 (54%) isoladas de animais aparentemente sadios. Em 37 (74%) amostras de C. perfringens tipo A isoladas, foi detectada a presença do gene cpb2, codificador da toxina beta-2. O resultado do seqüenciamento do gene cpb2 revelou que apenas 10 amostras, oito do grupo não diarreico e duas do grupo diarreico, apresentavam uma mutação no gene cpb2+ que gerava uma proteína truncada sem ação efetiva. As outras 21 amostras, 12 do grupo diarreico e nove do grupo não diarreico, não apresentavam a mutação, permitindo assim a tradução normal da toxina beta-2. Não foi isolada nenhuma amostra de C. perfringens tipo C. A concentração inibitória mínima (CIM) estabelecida frente às amostras de C. perfringens tipo A demonstrou que amoxicilina, ceftiofur e a narasina, foram os antimicrobianos que apresentaram a melhor atividade inibitória. A vacina experimental polivalente contendo os toxóides alfa recombinante, beta recombinante e A/B nativo foi eficiente em estimular títulos de anticorpos neutralizantes nos animais estudados, demonstrando poder ser uma importante ferramenta para o controle das diarreias causadas por clostrídios na maternidade

ASSUNTO(S)

clostridium teses. veterinária teses. leitão (suíno) doenças teses. diarreia em animais teses. vacina veterinária teses. ciência animal

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