Claro: a constituição de sujeitos e a produção de identidades sociopolíticas em discursos no cinema

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

28/02/2011

RESUMO

Este trabalho tem respaldo teórico-metodológico na Análise do Discurso de linha francesa e seus estudos no Brasil. Assumimos como referência o conceito de discurso, compreendido como regularidade e, ao mesmo tempo, como dispersão, e, mais especificamente, as noções de memória, sentido, sujeito, identidade e poder. Adotamos o filme Claro (Itália, 1975) de Glauber Rocha como corpus, em sua materialidade complexa de linguagem verbal, visual e sonora, a fim de depreender como são produzidas identidades sociopolíticas. Claro é organizado em pequenas narrativas marcadas por questões políticas do contexto histórico e pela presença constante da atriz francesa Juliet Berto, numa mescla de ficção e documentário. Tivemos o objetivo de descrever, analisar e interpretar a construção de identidades, que trazem à luz discursos sociopolíticos da modernidade e sua efemeridade. Partimos da hipótese de que os discursos em Claro apontam para um imbricamento entre a materialidade verbal, visual e sonora e dessas com a memória na constituição de identidades sociopolíticas. A fim de atingir nosso objetivo, investigamos como os sujeitos são concebidos a partir de sua construção por saberes materializados no filme; analisamos as estratégias de subjetivação no exercício do poder e relacionamos subjetividades e identidades como produção de sentidos nos discursos; questionamos como sujeitos materializados no filme, marcados pela dispersão e movência, são tecidos pela rede de fios discursivos, que constroem verdades e ordenam identidades. Para tanto, tomamos as contribuições de Foucault (2007a, 2007b) e Courtine (2008, 2009); estudos sobre cinema Xavier (2001, 2005); e estudos sobre identidade Hall (2002, 2005), Bauman (2005), Gregolin (2008a) e Fernandes (2009a, 2009b), Fernandes &Alves Jr. (2008) e Milanez (2009a, 2009b, 2010). Percebemos que a materialidade complexa de Claro traz discursos, nos quais sujeitos são constituídos e identidades sociopolíticas são produzidas ao evocar uma memória própria a suas condições de possibilidade em palavras, imagens, sons e funcionamento discursivo de elementos do cinema.

ASSUNTO(S)

discurso glauber rocha identidade poder sujeito linguistica análise do discurso rocha, glauber, 1939-1981 discourse identity power subject

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