"Civilização" e "Revolta" : povos botocudo e indigenismo missionario na Provincia de Minas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2002

RESUMO

Situada nas fronteiras disciplinares da etnologia e da história, a tese propõe analisar processos de sustentação de formas e estratégias indígenas observados na história dos povos Botocudo e do indigenismo. A pesquisa enfoca três diferentes períodos: no primeiro, mediante a hegemonia indígena nos sertões, são examinados os instrumentos políticos e dialógicos da negociação de sua "pacificação" (1750-1861); no segundo (1861-1920) o "desaparecimento" dos "silvícolas" é enfocado sob a estratégia nacionalizadora da mestiçagem, a partir do acompanhamento etnográfico da fundação, desenvolvimento e declínio das missões capuchinhas em Minas Gerais e do papel dos indígenas neste processo; no terceiro, o "ressurgimento" contemporâneo dos Aranã é acompanhado de acordo com a ressemantização dos valores apresentada na memória social indígena. O conceito-chave que articula a análise é o de etnohistória, o qual, constituindo, por um lado, um instrumento metodológico para organizar o material documental de modo a conferir visibilidade à presença dos atores indígenas na história, por outro lado, quando considerado um instrumento heuristico dos próprios povos nativos, revela-se na analise dos processos de auto-descoberta dos indígenas enquanto sujeitos históricos inseridos no interior de redes de relações intersocietárias instauradas pelo indigenismo.

ASSUNTO(S)

indios da america do sul indios da america do sul - historia capuchinhos - missões

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