Citomegalovirus em transplantados hepaticos : diagnostico e monitorização por meio do estudo comparativo entre antigenemia e "Nested-PCR"

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2001

RESUMO

o Citomegalovirus Humano (HCMV) é um dos mais importantes patógenos que acometem pacientes submetidos a transplante hepático, estando associado à alta morbidade e mortalidade. Atualmente faz-se necessário o emprego de técnicas laboratoriais que sejam rápidas, sensíveis e específicas,no diagnóstico do HCMV, a fim de ser instituído um tratamento antiviral o mais precoce possível. Neste estudo, foram feitas comparações entre duas técnicas laboratoriais distintas: a "Nested-PCR" e a antigenemia, avaliando a eficácia das mesmas na monitorização de infecção ativa e doença por HCMV, neste grupo de pacientes. Dessa maneira, foram pesquisados pacientes submetidos a transplante hepático no Hospital de Clínicas da FCM/UNICAMP, desde antes do transplante até seis meses após o ato cirúrgico, tanto em ambiente hospitalar, quanto ambulatorial. Posteriormente, foi feita uma análise das duas metodologias diagnósticas utilizadas, comparando-as quanto à sua eficácia. Foram avaliados 27 pacientes, de setembro de 1998 a janeiro de 2.001, acompanhando o doador no pré-transplante, e o receptor até, no mínimo, 180 dias após a cirurgia. Realizaram-se 12 coletas de sangue de cada paciente receptor, sendo essas coletas: semanais durante o primeiro mês; quinzenais, nos segundo e terceiro mês, e mensais posteriores até o sexto mês. Conforme dados anteriores na literatura confirmados por este trabalho, a cirrose hepática provocada pelo vírus C foi o principal fator etiológico (55,55%) do transplante hepático, sendo que a cirrose alcoólica aparece como segundo maior (29,63%). Foi observado no pré transplante que, dos 27 pacientes, 92% dos transplantados já haviam tido contato anterior com o HCMV (Sorologia IgG positiva), 15% dos receptores apresentaram "Nested-PCR" positiva e 5% Antigenemia positiva. Segundo os critérios de infecção ativa, 25/27 (92%) dos pacientes apresentaram infecção ativa, sendo que em 12/27 (44%) destes, foram acompanhadas manifestações clínicas compatíveis com HCMV doença, sendo a febre (72%), e a mialgia (43%) as mais comuns, tendo também alterações das enzimas hepáticas (57%) e leucopenia (11%). o trabalho demonstra que a "Nested-PCR" se positiva, em média, com 47 dias pós-transplante, precedendo em 20 dias as manifestações clínicas, enquanto que a Antigenemia, se positiva, em média, após 85 dias do transplante. Dos pacientes estudados, cinco evoluiu a óbito, e destes, três com manifestações clínicas de doença pelo HCMV. Em conformidade com estudos anteriores, a doença pelo HCMV, nos pacientes transplantados hepáticos estudados ocorreu nos três primeiros meses pós-transplante. Deste modo, releva-se a importância clínica da detecção precoce do HCMV em pacientes transplantados hepáticos, e que as técnicas da "Nested-PCR" e da Antigenemia, empregadas neste trabalho, se mostraram adequadas para a monitorização destes pacientes em relação à infecção pelo HCMV

ASSUNTO(S)

tecidos etc reação em cadeia de polimerase figado - cirurgia transplante de orgãos

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