Citoarquitetura do complexo olivar superior de três espécies neotropicais de morcegos (Noctilio leporinus, Phyllostomus hastatus e Carollia perspicillata) com diferentes comportamentos de forrageamento

AUTOR(ES)
FONTE

Braz. J. Biol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2020-02

RESUMO

Resumo O entendimento da ecolocalização pelo estudo de diferentes núcleos auditivos de morcegos pode ser um elo importante na elucidação das inúmeras questões que surgem em relação ao seu comportamento de forrageamento. O complexo olivar superior (SOC) é o principal centro de processamento das pistas binaurais usadas na localização do som, já que os morcegos ecolocalizadores contam com sinais acústicos para navegar e capturar as presas durante o vôo. O presente estudo foi realizado para testar a hipótese de que morcegos que usam a ecolocalização para diferentes comportamentos de forrageamento irão variar na estrutura, tamanhos relativos e grau de complexidade e distribuição espacial do grupo SOC. Os cérebros foram coletados de seis machos adultos de morcego de cada espécie: Noctilio leporinus (piscívoro), Phyllostomus hastatus (carnívoros/onívoros) e Carollia perspicillata (frugívoro). Eles foram seccionados em série e transversalmente, cortados e corados com coloração rápida cresil-violeta. tolet. O grupo SOC foi medido como 640 ± 70 µm no morcego N. leporinus, 480 ± 50 µm no P. hastatus e 240 ± 30 µm no morcego C. perspicillata. Os principais núcleos do grupo SOC dos três morcegos foram o LSO e o MSO e o MNTB. O MSO e o LSO foram muito bem desenvolvidos em morcegos N. leporinus. A MSO de N. leporinus foi subdividida em DMSO e VMSO. O principal tipo de células presentes na MSO e LSO são as células multipolares de coloração escura em todos os morcegos. Os MSO bem desenvolvidos e LSO de morcegos N. leporinus indicam que estes morcegos são altamente sensíveis a sons de baixa frequência e diferenças de intensidade interaural, que ajudaram estes morcegos a se alimentarem na superfície da água usando vários tipos de sinais de ecolocalização. O tamanho médio de SOC em morcegos de P. hastatus e C. perspicillata pode ser atribuído ao fato destes morcegos usarem visão e olfato junto com a ecolocalização para forragear.

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