Cirurgias conservadoras do baço para tratamento da esplenomegalia por mielofibrose

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2002-12

RESUMO

A mielofibrose idiopática é uma doença mieloproliferativa crônica, que pode evoluir com hepatoesplenomegalia, também denominada metaplasia, e acometer vários órgãos. Ocasionalmente, o baço alcança proporções gigantescas e precisa ser retirado. Entretanto, esse procedimento é seguido de elevada morbidade e mortalidade. As esplenectomias parciais, que preservam o pedículo esplênico, foram propostas para reduzir complicações pós-operatórias. Após melhora transitória do quadro clínico, surge a recorrência da esplenomegalia e da sintomatologia. A presente comunicação relata duas alternativas para tratamento de esplenomegalia: a esplenectomia subtotal, com preservação do pólo esplênico superior suprido apenas pelos vasos esplenogástricos, e a esplenectomia total, com auto-implantes de tecido esplênico. Realizamos a esplenectomia subtotal em cinco pacientes. O acompanhamento por até dez anos e a melhora clínica dos doentes sugerem que essa operação deva ser considerada para o tratamento de baços gigantes devido à esplenomegalia decorrente de mielofibrose. Um outro paciente foi submetido a esplenectomia total e auto-implante esplênico no omento maior. No seguimento de três anos deste último paciente, não foram registradas complicações relacionadas ao remanescente esplênico. Entretanto, o paciente necessitou de controle hematológico intensivo por causa da gravidade de sua doença de base. Concluindo, se for indicada operação para complementar a terapêutica hematológica da esplenomegalia, deve-se realizar um procedimento conservador do baço. A esplenectomia subtotal ou a esplenectomia total com auto-implantes de tecido esplênico são duas boas escolhas em tais situações.

ASSUNTO(S)

esplenomegalia metaplasia mielofibrose idiopática baço esplenectomia subtotal auto-implante esplênico

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