Cintura hipertrigliceridêmica e sua associação com fatores de risco metabólicos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Evidências crescentes sugerem outros fatores que não o perfil lipídico alterado como preditores de aterosclerose. A tríade metabólica, por exemplo, é caracterizada pelo aumento do nível sérico de apolipoproteína B, hiperinsulinemia e altos níveis séricos de partículas pequenas e densas de colesterol LDL, que são altamente aterogênicas. Muitos estudos propõem que a hiperapolipoproteína B como preditor significativo de doença coronariana. A hiperinsulinemia em indivíduos não diabéticos revela resistência à insulina e aumenta o risco de aterosclerose principalmente em homens. Assim, estudos propõem que a tríade metabólica poderia ser utilizada para prever o risco para doenças cardiovasculares e está fortemente correlacionada com o fenótipo cintura hipertrigliceridêmica (HW), uma medida simples e prática de avaliação de risco cardiovascular. Este estudo foi conduzido para estimar a prevalência de cintura hipertrigliceridêmica em população de duas comunidades rurais do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, e sua associação a outros fatores de risco cardiovasculares. Estudou-se 506 indivíduos adultos com idade entre 18 e 75 anos, ambos os sexos. Cintura hipertrigliceridêmica foi caracterizada pelo posicionamento no quarto quartil de níveis da circunferência da cintura (CC) e dos triglicérides (TG). Regressão logística multivariada e Árvores de Classificação constituíram-se nos métodos de análise dos dados para este estudo. A força de associação foi medida pela Razão de Chance ou Odds Ratio (OR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC 95%). O nível de significância estatística estabelecido foi de 5% (p<0,05). No caso das árvores, utilizou-se as probabilidades dos nós finais para interpretação dos modelos, além da porcentagem de classificações corretas, sensibilidade e especificidade. A prevalência de cintura hipertrigliceridêmica na população estudada foi 11,1%. Indivíduos com o fenótipo cintura hipertrigliceridêmica também eram hipertensos (78,6%), hipecolesterolêmicos (64,3%), tabagistas (48,2%) e apresentavam índice de massa corporal (IMC) aumentado (71,4%), diferenciado em indivíduos com sobrepeso (50,0%) e obesos (21,4%). Eles também apresentaram baixos níveis de colesterol HDL (55,4%), altos níveis de colesterol LDL (25,0%), glicemia de jejum aumentada (26,8%), insulinemia de jejum aumentada (53,1%) e índice HOMA-IR no quarto quartil (53,1%). Na análise de regressão logística multivariada, homens (OR=2,190; IC95% 1,082-4,436), idade (anos) (OR=1,028; IC95% 1,006 1,052); IMC 30 Kg/m2 (OR = 4.348; IC 95% 1,587 11,911), colesterol total 200 mg/dl (OR = 3,607; IC 95% 1,776 7,326) e índice HOMA-IR 4º quartil (OR = 4,528; IC 95% 2,202 9,309) permaneceram independentemente associado ao fenótipo no modelo final. As árvores de classificação e regressão mostraram que a idade, o índice HOMA-IR, o colesterol total e o colesterol HDL são variáveis fundamentais para discriminar os grupos com e sem o fenótipo. Finalmente, o fenótipo cintura hipertrigliceridêmica foi independentemente associado a importantes marcadores de distúrbios metabólicos. Assim, a sua fácil aplicação para determinar estados de alto risco poderia permitir a detecção de grupos em maiores risco, um rastreamento inicial de indivíduos metabolicamente afetados.

ASSUNTO(S)

questionários decs humanos decs meia-idade decs feminino decs masculino decs síndrome x metabólica/prevenção &controle decs enfermagem teses dissertações acadêmicas decs enfermagem decs fatores de risco decs adulto decs doenças cardiovasculares decs população rural decs hipertrigliceridemia/epidemiologia decs idoso decs

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