Cinema e linguagem(ns): o ambíguo e o equívoco como o fundamento da comunicação humana em Being There, de Hal Ashby

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Linguística Aplicada

DATA DE PUBLICAÇÃO

2022

RESUMO

RESUMO Ao se considerar as componentes do cinema, pode-se dizer que ele é, talvez, a forma artística mais completa de comunicação, uma vez que alia, essencialmente, as componentes imagem, música e linguística. O filme Being There - Muito Além do Jardim, no Brasil, e Bem-Vindo Mr. Chance, em Portugal -, de Hal Ashby, de 1979, aborda precisamente a dimensão linguística, questionando: em que medida as nossas interações linguísticas não se baseiam em equívocos de interpretação? O filme, que é baseado no romance homônimo de Jerzy Kosiński, assenta-se em uma estrutura diegética que evidencia questões relativas aos equívocos no uso da linguagem verbal e ao papel de fenômenos como a polissemia e a metáfora nesses equívocos e nas interações linguísticas. Este texto procura analisar, através do jardineiro Chance e das suas interações com as demais personagens, sobretudo no nível da comunicação linguística, como o filme apresenta a relação entre os quadros cognitivos pessoais que nos constroem enquanto indivíduos humanos e a forma como eles são expressos pela linguagem verbal, principalmente no processo metafórico. Além disso, o artigo examina como é possível que quadros de descodificação completamente díspares e equivocados funcionem em universos paralelos de interpretação.

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